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ELEIÇÕES 2008 / PROPAGANDA ELEITORAL
Só na TV, Serra declara apoio a Alckmin
DEM comemora depoimento, por avaliar que tucano não mostrou "entusiasmo"; Kassab também usa imagem de governador
Palavra "coragem" é usada
pelas campanhas dos três
principais candidatos, numa
tentativa de ajudar eleitor a
definir quem tem o atributo
DA REPORTAGEM LOCAL
EM SÃO PAULO
O governador José Serra
(PSDB) declarou na noite de
ontem, no horário eleitoral,
apoio a Geraldo Alckmin, candidato a prefeito pelo partido.
Seu depoimento, porém, foi focado na trajetória do partido.
"Eu e o Alckmin participamos da luta do PSDB. (...) Nesses 20 anos, o PSDB já acumulou uma história. (...) São exatamente a história do PSDB, o espírito do nosso partido e as
qualidades do seu candidato
que me levaram a apoiá-lo",
disse Serra na gravação.
A produção do vídeo não teve
a participação da equipe de
campanha de Alckmin e foi enviada pelo governador.
Serra não apareceu ao lado
do candidato, mas sozinho. Ele
surgiu, contudo, ao lado de Gilberto Kassab (DEM) em seu
programa, com imagens da
época em que Serra era prefeito
e o democrata, seu vice.
A exibição do depoimento do
governador foi comemorada
tanto no comitê de Alckmin como no de Kassab -os democratas consideraram que Serra
"não mostrou entusiasmo".
Cerca de 200 militantes tucanos comemoraram de maneira efusiva a declaração de
apoio. Na platéia, Alckmin sorriu e levantou os braços. "Ele
[Serra] sempre esteve na campanha. É um companheiro de
partido, mas é importante termos diálogo com outras siglas."
No comitê central da campanha, Kassab viu o programa rodeado de secretários municipais e subprefeitos. Tucanos
históricos, os secretários Clóvis
Carvalho (Governo) e Januário
Montone (Saúde) colaram adesivos da campanha no paletó.
Todos aplaudiram. Quando
Serra apareceu no programa de
Alckmin, o burburinho foi imediato. A análise da coordenação
de campanha do democrata foi
que ficou claro que Serra não
está 100% com o tucano.
Kassab achou "natural" a
participação do governador no
programa de Alckmin. "Ele
[Serra] sempre demonstrou
apreço por mim e confia no
meu trabalho", afirmou.
Alckmin, questionado sobre
o fato de Serra ter aparecido mo
programa de Kassab, também
minimizou: "Não tem nenhum
problema. É natural que governos tenham boas relações".
Sem Serra no horário vespertino, Alckmin contou com Fernando Henrique Cardoso, que
desejou "sorte ao Geraldo".
Lula e Marta
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva surgiu ao lado da petista Marta Suplicy. Lula recebeu Marta em Brasília no domingo para gravar o programa.
O apadrinhamento de Lula é
mais eficiente para puxar votos
em São Paulo do que o de Serra,
de acordo com Mauro Paulino,
diretor-geral do Datafolha. O
presidente teve 44% de avaliação ótimo/bom na capital paulista (março de 2008), contra
36% do governador (novembro
de 2007). Além disso, Lula é um
padrinho mais interessante
nesta eleição do que na anterior. Em 2004, contava com
32% de ótimo/bom na cidade.
Coragem
A palavra coragem foi muito
utilizada pelos três principais
candidatos. No programa petista, apareceu quatro vezes, além
de "corajosa". No do democrata, teve "coragem" e "corajoso",
uma vez cada uma, e "pulso forte" duas vezes. Alckmin usou
"coragem" no refrão do jingle,
repetido três vezes. A estratégia
pode estar relacionada ao fato
de o paulistano não ter uma definição muito clara de qual deles tem mais "coragem", segundo pesquisa qualitativa realizada pelo Datafolha em julho.
Os três candidatos tiveram
desempenho semelhante
quando o eleitor respondeu à
pergunta "Qual candidato é o
mais corajoso?": Marta teve
24%, Maluf, 22%, Alckmin,
20% e Kassab, 19%.
"Coragem é algo valorizado
pelo eleitor e, como não há definição sobre o mais corajoso, todos querem para si esse bem",
diz Paulino.
(LAURA MATTOS, RANIER BRAGON, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E
FERNANDO BARROS DE MELLO)
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