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Partido ainda busca texto único hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
O campo majoritário do PT só
apresentou no final do encontro
de ontem sua sugestão de projeto
de resolução -nome dado à minuta do documento que resumirá
as conclusões da reunião.
O texto estava pronto desde sexta, mas, de acordo com o presidente da sigla, José Genoino, a divulgação da proposta da executiva foi adiada ao máximo para tentar "um consenso entre os setores
do partido", o que não aconteceu.
Além do texto proposto pelos
moderados -governistas-, há a
tese de um grupo de parlamentares de uma das tendências mais à
esquerda do partido. As outras
tendências nada apresentaram.
Os documentos fazem avaliações opostas sobre as eleições municipais -atribuindo fracassos,
respectivamente, a questões locais e à política econômica.
Em discurso, o ministro Tarso
Genro (Educação) teria expressado sua posição falando da necessidade de se "enquadrar a equipe
econômica", mas sustentou que
as divergências sejam sempre
apenas discutidas -sem registros- e que, publicamente, a posição seja de solidariedade a Lula.
O tom de Genro adianta a pauta
do último dia do encontro, hoje.
Apesar de dispostos a ouvir as demandas dos setores radicais e de
admitir divergências internas, os
moderados não querem registro
de críticas à política econômica
no documento final da reunião,
do que os radicais fazem questão.
Até o final da tarde, porém, as
tendências de esquerda não aceitavam o texto do campo majoritário, e a manifestação conjunta já
era tida como improvável.
"Não vamos falar de fuga de capitais nem definir a taxa de juros.
Não há acordo possível sobre isso.
Vamos fazer sugestões ao governo, não luta interna. É diferente",
disse Genoino, às 20h, quando já
terminara o encontro. Ele já afirmava ter como certo que não deve
haver unanimidade hoje.
O documento da ala moderada
é ameno e reafirma a vitória nas
eleições municipais. A portas fechadas, no entanto, muitos petistas dessa tendência substituíram
o discurso de vitória categórica
por uma postura mais discreta,
com tom de derrota política.
"Não se falou em problema estrutural nem em julgamento definitivo do PT, mas há uma sensação de derrota e de necessidade de
mudança", disse o deputado federal Ivan Valente, da Ação Popular
Socialista, signatário da tese produzida pelos dissidentes.
Os moderados reconhecem, em
seu texto, revezes políticos e eleitorais em São Paulo e Porto Alegre, mas isentam o governo Lula
de responsabilidade e dizem que
"a retomada da economia e o
crescimento do emprego [...] se
projetaram positivamente no desempenho das candidaturas".
(SC, RC e CG)
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