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PT aprova exigência de abertura dos arquivos da ditadura
DA REPORTAGEM LOCAL
O Diretório Nacional do PT
aprovou ontem uma resolução
exigindo do governo Luiz Inácio Lula da Silva, "com urgência", a abertura dos arquivos da
ditadura e a revisão do decreto
do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, que prorrogou prazos para a liberação
de documentos secretos.
Em texto votado pelo diretório -que será anexado à resolução final- o partido afirma
entender "que há um consenso
na sociedade civil quanto à necessidade de tornar público o
teor desses arquivos".
Diz ainda que "o PT se associa a essa exigência", que "a
abertura dos arquivos faz parte
da agenda democrática do
país" e, portanto, "precisa ser
tratada com responsabilidade e
firmeza".
A decisão foi tomada, diz a
nota, por razões humanitárias
e por tratar-se de uma "exigência da história".
"As famílias dos mortos e desaparecidos durante o regime
militar têm o direito irrenunciável de conhecer os destinos
ou informações que possam levar à localização dos restos
mortais de seus entes queridos", diz a nota. "Restabelecido
o Estado Democrático de Direito, é um dever do Estado agir
para que esse direito das famílias seja respeitado e efetivado."
Além disso, continua o texto,
"não há mais nenhuma razão
histórica, jurídica ou política
para que os arquivos continuem secretos".
"Se há algum impedimento
legal para a sua abertura, que
ele seja com urgência revisto e
contornado por atos legais do
governo ou do Congresso", diz
a nota.
O corregedor-geral da União,
Waldir Pires, afirmou considerar o decreto de FHC inconstitucional.
Ele disse considerar "natural" que alguns setores das Forças Armadas, segundo ele "não
democráticos", se contraponham à liberação, o que, no entanto, não deve impedi-la.
O ministro Ricardo Berzoini
(Trabalho), ao ser questionado
sobre possíveis resistências dos
militares, declarou: "O comando é do presidente. Como cidadão, acredito que essa abertura
é positiva".
(RC E SC)
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