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UDR vê emenda com "extrema preocupação"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente nacional da UDR
(União Democrática Ruralista),
Luiz Antonio Nabhan Garcia,
afirma estar "extremamente
preocupado" com a tramitação
da emenda constitucional que estabelece a possibilidade de expropriação de terras cultivadas com
mão-de-obra escrava.
Segundo ele, que encara o artigo
185 da Constituição como uma
forma de "proteção jurídica" dos
fazendeiros, a proposta de emenda é uma "válvula de escape usada
pelo governo para conseguir terra
sem colocar a mão no bolso".
Folha - A Câmara está apressando
a aprovação da emenda constitucional que propõe a expropriação
de terras com trabalho escravo. Isso o preocupa?
Luiz Antonio Nabhan Garcia - Eu
estou extremamente preocupado,
principalmente porque já existem
leis para coibir o trabalho escravo.
Isso é uma válvula de escape utilizada pelo governo para conseguir
terra sem colocar a mão no bolso.
Eu não vou dizer que todos os
proprietários de terra são corretos, mas radicalizar é uma forma
inconseqüente que os nossos inimigos encontraram para tirar a
terra dos fazendeiros.
Folha - Quem são esses inimigos?
Nabhan Garcia - O deputado
Luiz Eduardo Greenhalgh, que
preside a comissão [de Constituição e Justiça] que aprovou essa
proposta, é um deles. Esse homem sempre atuou contra os fazendeiros e a favor do MST, que é
uma organização criminosa. Infelizmente no poder há pessoas movidas por ideologias.
Folha - E sobre os critérios sobre o
que será considerado uma área
com trabalho escravo?
Nabhan Garcia - Eu é que pergunto. Quem vai definir isso? Alguém já viu algum trabalhador levando chibatadas em uma propriedade rural? Eles querem confundir a sociedade. Isso será definido pelas ONGs, pelo Márcio
Thomaz Bastos [Justiça] ou pelo
Miguel Rossetto [Desenvolvimento Agrário]?
Folha - Mas vocês, por enquanto,
ainda têm o trunfo do artigo 185 da
Constituição...
Nabhan Garcia - É claro que é
uma forma de defesa jurídica.
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