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outro lado
Thomaz Bastos diz que ação foi "desnecessária"
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Ministro da Justiça entre
2003 e 2007, o advogado criminalista Márcio Thomaz
Bastos agora defende Eike
Batista no inquérito da Operação Toque de Midas. O ex-ministro classificou como
"absolutamente desnecessária" a ação da PF na casa de
Eike, no Rio, no último dia 11.
FOLHA - A PF diz que Eike foi o
"mentor intelectual" da fraude
apontada pela polícia na concessão da estrada de ferro. O que ele
tem a dizer sobre essa conclusão?
MÁRCIO THOMAZ BASTOS - O Eike nega qualquer participação em qualquer ato ilícito.
Ele nunca estimulou nem
autorizou e não acredita na
existência desses atos ilícitos. Para acusar alguém, você
precisa apontar atos, fatos,
circunstâncias que indiquem
uma efetiva participação.
FOLHA - Como dirigente maior
da MMX, ele não tinha conhecimento do processo de licitação?
BASTOS - Não sei de detalhes,
mas o conhecimento dele sobre o processo é o conhecimento do controlador. É claro que ele devia saber da
existência da licitação. Mas
ele negou peremptoriamente para mim qualquer tipo de
ilicitude, de irregularidade,
qualquer tipo de crime que
pudesse ter sido cometido.
FOLHA - O sr. viu alguma arbitrariedade na operação da PF?
BASTOS - Eu não gostaria de
falar em arbitrariedade por
enquanto. Estou examinando o inquérito bem devagar.
Na minha opinião, a busca e
apreensão em relação ao Eike era absolutamente desnecessária.
FOLHA - Como ex-ministro da
Justiça, como o sr. vê a atuação da
PF nas últimas operações, como a
Toque de Midas e a Satiagraha?
BASTOS - A PF é um ativo
muito importante para o
Brasil, é uma instituição forte. É preciso fazer alguns
acertos. Como todas as instituições em uma democracia,
ela está sempre em processo
de transformação.
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