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OUTRO LADO
Empresário e petistas se negam a dar entrevista
DA REPORTAGEM LOCAL
A Folha procurou os personagens envolvidos nas relações
entre o grupo Niquini e as prefeituras administradas pelo PT,
mas eles não concordaram em
dar entrevistas.
O diretor-presidente das empresas de ônibus do grupo, Willian Ali Chaim, foi procurado
durante dez dias e não quis dar
entrevista. Ele afirmou que não
iria falar antes da resolução do
conflito entre as empresas que
administra e a São Paulo
Transporte, que rescindiu seus
contratos com as viações.
Em entrevistas anteriores,
porém, Chaim negou que sua
decisão de trabalhar para Romero Niquini signifique algum
beneficiamento para as empresas do grupo por causa de suas
ligações com a cúpula petista.
Em julho, quando questionado sobre comentários de empresários segundo os quais Niquini queria se aproximar do
PT e ele poderia funcionar como canal, Chaim disse que não
acreditava nessa possibilidade
"porque um empresário da envergadura do Niquini não precisa do Chaim para se aproximar de quem quer que seja".
O secretário municipal dos
Transportes, Carlos Zarattini,
também negou que as empresas de Niquini tivessem benefícios pelo fato de contratarem
Chaim. "Não estamos tomando nenhuma decisão para melhor ou para pior em relação a eles por causa da presença do
Chaim. A relação é ruim enquanto os serviços são ruins",
disse. Há 15 dias, a secretaria
rompeu esses contratos.
Romero Niquini também foi
procurado pela reportagem
durante toda a semana. Sua secretária limitou-se a anotar os
números dos telefones dos repórteres e disse que o empresário entraria em contato depois,
o que não ocorreu. O mesmo
aconteceu com Wagner de Almeida Vieira, responsável pelas
empresas de lixo do grupo.
Procurado pela Folha na sexta-feira, o secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo,
Rui Falcão, não ligou de volta.
Desde que Chaim assumiu a
presidência das empresas de
Niquini, Falcão não se pronunciou a respeito. Chaim, no entanto, já negou que o secretário
tenha exercido alguma influência sobre sua decisão, que considera estritamente pessoal.
O presidente nacional do PT, José Dirceu, foi procurado por
meio de sua assessoria, que disse que tentaria manter contato
com o deputado, pois estava no Rio. A assessoria também não
ligou de volta.
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