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HORÁRIO ELEITORAL
Em depoimento, Renata diz que agressão sofrida pelo pai foi consequência do discurso do petista José Dirceu
Na TV, Serra põe filha de Covas contra PT
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidenciável José Serra
(PSDB) continuou a atacar o PT
em seu programa eleitoral. O tucano levou ao ar ontem um depoimento de Renata Covas Lopes,
filha do governador Mário Covas,
afirmando que a agressão sofrida
pelo pai em 2000 foi consequência
de um discurso de José Dirceu,
presidente nacional do partido.
"[A declaração do petista" acabou desaguando para quando o
governador do Estado quis entrar
pela porta da frente na Secretaria
da Educação e foi violentamente
agredido. Eu nem preciso dizer a
vocês que nessa época ele já estava
doente, tinha sofrido uma cirurgia, e aquilo só não tomou proporções maiores porque Deus
não quis", afirmou Renata Covas.
Na terça-feira, a propaganda tucana havia mostrado José Dirceu
dizendo que "eles devem apanhar
nas urnas e nas ruas". A declaração foi seguida da imagem de Mário Covas sendo agredido em manifestação de professores.
Ontem, Serra não pôde repetir
no ar as cenas do discurso por determinação da Justiça e deu um
tom de censura à decisão.
Para Renata Covas, José Dirceu,
em seu discurso, estava se referindo a uma "bandeirada" que Covas havia levado um mês antes,
numa manifestação no ABC.
A propaganda do PSDB reforçou a estratégia de mostrar um
"PT maquiado". "O Lula que você
vê na TV não é o Lula do PT. É o
Lula para ganhar eleição."
Luiz Inácio Lula da Silva continuou na tática de dar respostas
moderadas a Serra. A propaganda
repetiu um quadro com máscaras, dizendo que o tucano quer
criar um clima de "terror" em torno do PT. E Lula voltou a falar da
crise na indústria automobilística
e da geração de empregos.
No rádio, houve resposta mais
direta do PT, que se centrou no
desemprego da era FHC. "Se a
turma do Serra e do FHC sabia como gerar 8 milhões de empregos,
por que não fez isso antes?", perguntou um locutor. Lula respondeu com críticas ao PSDB.
O programa faz parte da tática
do marqueteiro de Lula, Duda
Mendonça, de deixar o tom mais
agressivo da campanha para o rádio e tentar dar o máximo de sobrevida ao estilo "Lulinha, paz e
amor" na televisão.
A campanha de Serra, por sua
vez, usou o rádio ontem para se
justificar por ter subido o tom nos
ataques. Uma locutora afirmou
"o Serra provocou [Lula]". "Provocou não, perguntou", rebateu o
âncora do programa.
A opção é consequência de um temor, na coordenação campanha, de que o tucano possa perder pontos com as críticas pesadas e favorecer os adversários.
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