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PT exclui saldos superiores a 5%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O economista Guido Mantega,
um dos principais porta-vozes
econômicos do PT, se preocupa
em dar proporções que considera
razoáveis aos objetivos de ampliar
o superávit comercial e manter a
inflação sob controle.
Mantega exclui a geração de
"megassaldos comerciais" -a
exemplo dos superiores a 5% do
PIB atingidos nos anos 80- dos
objetivos a serem perseguidos em
um eventual governo do candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
"Isso só é viável com inflação ou
compressão do mercado interno", argumenta Mantega, para
quem seria suficiente um superávit de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões (de 2,8% a 3,7% do PIB
atual, mas a proporção cai se houver crescimento econômico).
O país continuaria tendo déficit,
embora menor, nas transações totais de bens e serviços com o exterior, o que, para Mantega, é desejável, por permitir a absorção de
investimentos externos.
Inflação
No caso da inflação, o petista é
crítico das metas fixadas pelo governo federal, já descumpridas
neste ano e em 2001. "O governo
está forçando a barra" ao pretender variações de preços iguais aos
de países ricos, sustenta o economista petista.
Tal política, segundo essa análise, obriga o país a praticar juros
excessivamente altos, sacrificando o crescimento econômico.
Para Mantega, é natural que um
país como o Brasil tenha uma inflação de 2,5 a 3 pontos percentuais acima da registrada no mundo desenvolvido, principalmente
em momentos de crise.
Quanto ao crescimento econômico, ele espera melhora já em
2003, por um motivo simples:
após a estagnação dos últimos
dois anos, alguma recuperação
tende a ocorrer quase "por inércia". O PT, em seu programa, fala
em uma taxa média de 5% nos
quatro anos de um eventual mandato de Lula.
Para elevar tanto o superávit comercial como o crescimento,
menciona-se a agenda que é comum entre os candidatos: reforma tributária com redução de impostos sobre as exportações, política industrial e substituição de
importações.
Mantega descarta taxar as importações -que, para ele, também devem crescer- e diz que
não se importaria de trabalhar
com o dólar a R$ 2,80 ou R$ 2,90.
Nos preços, o economista considera viável a renegociação -voluntária- de contratos como os
das tarifas de energia, em que o
governo poderia assumir custos
referentes à variação do dólar. Esse ônus, argumenta, poderia ser
minimizado com operações no
mercado financeiro.
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