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PSDB prevê uma incerteza menor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A equipe do presidenciável José
Serra (PSDB) avalia que o cenário
econômico melhorará no caso de
uma vitória do candidato, o preferido do mercado. Dissipadas as
incertezas do período eleitoral, o
dólar voltaria a um patamar mais
razoável, permitindo a queda dos
juros e favorecendo os investimentos privados.
Estaria aberto, assim, o caminho para um crescimento econômico maior já em 2003, sustentado no que a campanha de Serra
chama de "casa arrumada": metas de inflação, câmbio flutuante e
responsabilidade fiscal, legados
do governo Fernando Henrique
Cardoso.
O raciocínio tira partido das
vantagens trazidas pela credibilidade no meio empresarial e destaca os aspectos mais bem aceitos
da atual política econômica.
O primeiro problema é: como
seria mantido o superávit comercial, que nos últimos dois anos foi
conseguido graças à disparada do
dólar e à estagnação da economia
nacional?
O economista José Roberto
Afonso, um dos principais formuladores do programa de Serra,
sustenta que a ação do governo terá de mudar a forma com que, segundo ele, as exportações são encaradas no país.
Política exportadora
"É preciso mudar o conceito.
Hoje, exportação é resíduo", afirma o economista. Por essa visão,
os empresários nacionais só costumam se voltar para o mercado
externo quando o interno vai mal
-o que faz com que a balança
volte ao vermelho nos momentos
de prosperidade.
Uma política voltada para a
promoção das exportações deve
compreender, entre outras providências: uma diplomacia comercial a ser conduzida pelo próprio
presidente; endurecimento nas
negociações comerciais com o
resto do mundo; incentivos a setores que atualmente importam
mais que exportam; e redução de
impostos.
Para Afonso, medidas como essas podem produzir resultados
palpáveis dentro de dois anos.
Um eventual governo Serra fixaria metas para as contas externas,
de forma a reduzir o déficit nas
transações de bens e serviços com
o exterior de 3% para 2% do Produto Interno Bruto.
Há menos de um ano, Serra
chegou a defender que esse déficit
(puxado pelo pagamento de juros
e remessas de lucros) fosse reduzido a zero.
Entre os setores merecedores de
atenção especial, Afonso cita o de
eletrônica, "que é hoje o que o aço
foi no passado" -em referência à
importância de trazer ao país tecnologias que puxam o desenvolvimento mundial.
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