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BRASIL
GOVERNADORES
Segundo pesquisas, candidatos que ocupavam 2º lugar tomam a liderança e acirram sucessão; em 15 regiões, pode nem haver 2º turno
Disputa tem novos líderes em cinco Estados
ADRIANA CHAVES
MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA
Institutos de pesquisa apontaram, nas duas últimas semanas, um acirramento nas campanhas a governador em 12 Estados. Em cinco, candidatos que ocupavam
o segundo lugar desbancaram
seus adversários e assumiram a liderança da disputa -caso de
Alagoas, Mato Grosso, Piauí, Rio
Grande do Sul e São Paulo.
Já, nos outros 15 Estados, as pesquisas indicam que a preferência
do eleitor está praticamente consolidada e que os candidatos na
dianteira das intenções de voto
podem vencer no primeiro turno.
O exemplo mais contundente
de reviravolta eleitoral veio de
Mato Grosso. Lá, em 17 dias, Blairo Maggi (PPS) foi de 29% para
44% das intenções e ultrapassou
Antero Paes de Barros (PSDB),
que caiu de 41% para 29%.
A inversão na corrida eleitoral
de Mato Grosso causou surpresas
em assessores dos candidatos.
Não houve, segundo políticos locais de ambos os concorrentes,
um motivo político que motivasse
a diferença. A comparação foi feita entre os levantamentos do Ibope concluídos em 28 de agosto e
no último dia 11 de setembro.
Pesquisas de diferentes institutos também detectaram o acirramento nas disputas no Espírito
Santo e no Maranhão, onde os líderes Paulo Hartung (PSB) e Jackson Lago (PDT), respectivamente, tiveram sua vantagem sobre os
adversários reduzida.
Para os especialistas, em cada
Estado há motivos específicos para a ocorrência do fenômeno, mas
o fator comum é a exploração da
campanha na televisão. "Antes do
começo da campanha televisiva é
difícil projetar os resultados. Estamos vendo isso também na sucessão presidencial", diz o cientista
político Christopher Garman, da
consultoria Tendências.
Segundo ele, as disputas estaduais são um terreno mais propício para a ocorrência de inversões
nas pesquisas. "Na eleição estadual, há um número maior de indecisos, porque o eleitor presta
mais atenção na presidencial."
O professor de história do Brasil
da UFMT (Universidade Federal
de Mato Grosso) Jovan Vilela da
Silva acredita que o "oportunismo" ainda presente na política
brasileira ajuda a explicar a inversão de posições em Mato Grosso.
"Aqueles candidatos que conseguem resultados compensadores
nas pesquisas acabam atraindo
pessoas que estão apoiando outros candidatos, principalmente
na reta final. Blairo Maggi já contabiliza apoios que antes eram de
Antero Paes de Barros."
Em São Paulo, pelo Ibope, Geraldo Alckmin (PSDB) passou de
22%, em 1º de agosto, para 29%
no último dia 16, enquanto Paulo
Maluf (PPB) foi de 32% para 28%.
"São Paulo tem uma terceira
candidatura, do José Genoíno
[PT". Não é só a estratégia do
Alckmin que está tirando votos de
Maluf. É a estratégia dos três que
está recompondo o quadro", diz
Plínio Dentzien, coordenador do
Centro de Estudos de Opinião Pública da Unicamp.
Fernando Collor (PRTB) liderava em Alagoas, mas a última pesquisa do Ibope apontou-o em segundo lugar, com 37%, atrás dos
44% de Ronaldo Lessa (PSB).
No Piauí, o petista Wellington
Dias (45%) ultrapassou o pefelista
Hugo Napoleão (43%), segundo o
Ibope. Por causa da margem de
erro, estão em empate técnico.
Pesquisas locais indicam que,
no Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) tomou o primeiro lugar
de Antônio Britto (PDT). Segundo Dentzien, o Estado é o que melhor reproduz a sucessão presidencial. "O Rio Grande do Sul é
onde o PT aparece mais coeso, especialmente na capital. O partido
está terminando seu primeiro
mandato no Estado e está no
quarto governo em Porto Alegre."
Nos Estados em que pode haver
vitória no primeiro turno, a situação está mais definida no Acre,
Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas, Mato Grosso do
Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio, Santa Catarina e Tocantins.
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