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OPERAÇÃO SOCIAL
Distribuição para famílias vai até 11 de março; fiscais fazem devassa para verificar se ocorreram desvios
Cartão do Fome Zero será entregue amanhã
ALESSANDRA KORMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
Depois de críticas, aplausos e
muita polêmica, o Fome Zero começa na prática amanhã. As famílias selecionadas para o programa
em Guaribas e Acauã, as duas cidades do Piauí onde foi implantado o projeto piloto, vão começar a
receber o Cartão-Alimentação,
que dará direito a sacar R$ 50 por
mês. O dinheiro só poderá ser
gasto com alimentos.
Em cada cidade, 500 famílias
vão receber o cartão -que será
distribuído em um posto móvel
da Caixa Econômica Federal-,
além de uma senha. Os cartões serão distribuídos até 11 de março,
dependendo do número de identificação que os beneficiários receberam. O saque será imediato.
Na segunda-feira, os Comitês
Gestores das duas cidades deverão realizar uma reunião com as
famílias que serão atendidas para
tirar dúvidas e explicar como poderão gastar o dinheiro (estão
proibidos cigarros, bebidas alcoólicas e refrigerantes).
O Cartão-Alimentação é a primeira ação emergencial do Fome
Zero, que pretende desenvolver
outras ações, como orientação
nutricional e alimentar.
Fiscais e auditores da Controladoria Geral da União estão desde
segunda-feira fazendo uma devassa nos municípios onde o programa será implantado. O objetivo é verificar se ocorreram desvios de verbas federais.
Além de Guaribas e Acauã, os
técnicos também foram para
Cristino Castro, ao lado de Guaribas, e Itinga, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
Em um segundo momento, o
programa deverá ser ampliado
para mil cidades, que devem também devem ser auditadas, de
acordo com as possibilidades.
"Fome Zero, corrupção zero", diz
o ministro-chefe da Controladoria Geral da União, Waldir Pires.
Para cada cidade, foi enviada
uma equipe com aproximadamente dez técnicos, que foi reforçada com técnicos das bases regionais da controladoria. Os fiscais devem terminar a auditoria
na semana que vem e apresentar
as conclusões em duas semanas.
"É clara, em nosso país, a associação entre a questão da fome e
os fenômenos sociais, políticos e
administrativos da corrupção",
disse Waldir Pires.
Em Guaribas, o prefeito Reginaldo Correia (PL) foi cassado
por improbidade administrativa e
se mantém no cargo graças a um
embargo que ainda não foi julgado. Ele é acusado de desvio de verbas e de ter "arrendado" a prefeitura para um secretário. O prefeito nega as acusações.
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