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Sobel diz que "prefere não crer"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O rabino Henry Sobel, presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista, afirmou ter
"dúvidas" quanto ao arcebispo de
Porto Alegre, dom Dadeus
Grings, ""ter sido capaz de falar tamanha inverdade histórica".
"Segundo todos os documentos
históricos, 6 milhões de judeus
morreram. Se apenas 1 milhão
morreu, eu pergunto ao arcebispo: onde estão os outros 5 milhões?", disse Sobel. "Gostaria de
crer que ele nunca disse isso. Como não li, prefiro não crer."
A respeito do papa Pio 12, Sobel
afirmou: "Ninguém, na comunidade judaica, considera-se detentor das respostas definitivas sobre
o comportamento do papa Pio 12
na guerra. Pairam sérias perguntas, que merecem uma resposta
mais séria do que afirmações sentenciosas e não comprovadas de
que ele se compadeceu do sofrimento dos judeus e fez o máximo
para ajudá-los".
"Sabe-se com certeza que ele
considerava o comunismo um
movimento altamente perigoso
para o cristianismo em geral e para a Igreja Católica em particular.
O que ainda não se sabe é se essa
aversão ao comunismo, aliada à
sua convicção de que a Alemanha
era o último baluarte contra a
ameaça soviética, o inibiu de fazer
oposição aos nazistas."
O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil), dom Jayme Chemello,
preferiu evitar a polêmica, mas
disse acreditar que "dom Dadeus
certamente tem dados em mãos e
saberá se defender se for o caso".
Chemello lembrou o fato de
Grings ter morado em Roma e até
mesmo conhecido pessoalmente
o papa Pio 12. "Quanto a Pio 12 ter
sido um papa melhor do que dizem, concordo. Quanto aos judeus, sem dúvida eles sofreram muito. Mas não gosto de falar de
situações das quais não tenho dados concretos", disse.
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