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DATAFOLHA
Eleitor diz que apoio de Lula não vale muito na escolha
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em Brasília, o maior desejo dos
partidos de oposição é nacionalizar algumas campanhas eleitorais
nas grandes cidades.
Acredita-se que as dificuldades
econômicas atuais, mais agudas
em regiões urbanas, possam ajudar a derrotar candidatos do PT
nos municípios de maior porte.
A eleição paulistana seria o
grande exemplo de eleição nacionalizada, com um ex-candidato a
presidente na disputa.
O eleitorado ouvido na pesquisa
Datafolha, no entanto, emitiu um
sinal que pode ir no sentido oposto ao que desejam os partidos de
oposição ao governo.
Na cidade de São Paulo, segundo o Datafolha, tem pouco valor o
apoio a um candidato a prefeito
por parte do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ou
do governador paulista, Geraldo
Alckmin (PSDB).
Para 61% dos eleitores paulistanos, não faz diferença se Lula der
apoio pessoal a um candidato a
prefeito paulistano.
Não mudam de opinião por
causa disso. E esse percentual aumentou: em março era de 56%.
No caso de Geraldo Alckmin,
54% dizem que não se importam
se o governador paulista sair em
campanha a favor de um candidato. Também aqui houve aumento
em relação a março, quando o
percentual havia sido de 49%.
Como a disputa está fragmentada, o apoio de Lula ou de Alckmin
talvez tenha efeito para dar alguns
pontos a mais para esse ou aquele
candidato passar ao segundo turno das eleições municipais.
Apoio do Lula
Por exemplo, o apoio do governador a um candidato a prefeito
em outubro poderia levar 27%
dos eleitores da cidade de São
Paulo a votar nesse candidato, segundo o Datafolha -o percentual era 33% em março.
Com Lula ocorre algo parecido.
Hoje, 12% dizem que podem levar
em conta um apoio do presidente
para escolher o candidato a prefeito de São Paulo.
Assim como ocorre com o governador Alckmin, a influência
do presidente Lula já foi maior, de
19% em outubro de 2003, tendo
caído para 14% em março.
Não votariam em um candidato
apoiado pelo presidente Lula 23%
(eram 26% na última pesquisa).
Não votariam em um candidato
apoiado por Alckmin 14%
-eram 15% em março.
Entre os eleitores que têm o PT
como partido de preferência, 65%
afirmaram que o apoio de Lula a
um candidato é indiferente. Neste
mesmo grupo, 25% disseram que
a indicação do presidente poderia
levá-los a votar no candidato.
TV terá efeito grande
Para o diretor do Datafolha,
Mauro Paulino, o que pode fazer
diferença daqui para a frente nesta campanha é o início da propaganda eleitoral gratuita -que vai
de 6 de julho a 30 de setembro.
"Como os atributos pessoais
são mais valorizados pelos eleitor
do que os programas de governo e
as propostas, é possível que quando comece a propaganda de TV
isso beneficie os candidatos mais
carismáticos. Nessa categoria, em
tese, encaixam-se Marta, Maluf e
Luiza Erundina", diz Mauro Paulino, diretor do Datafolha.
O diretor do instituto avalia ainda que Marta tenderá a diminuir
sua taxa de rejeição com a propaganda de TV. O mesmo não poderia ser dito de Paulo Maluf, por
causa das acusações que o candidato enfrenta.
"Mas ambos estão numa situação em que parecem ter um eleitorado cativo, sem muito espaço
para crescer neste momento",
acrescenta. "É Serra que sempre
herda mais votos quando a pesquisa retira algum candidato da
cartela", completa Paulino.
A quarta colocada, Luiza Erundina, poderia correr por fora.
"Mas sua taxa de rejeição é mais
do que o dobro da de Serra. Hoje,
o tucano está em uma posição
bem mais confortável que todos
os outros candidatos", disse o diretor do Datafolha.
(FERNANDO RODRIGUES)
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