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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
PT e DEM promovem guerra de visitadores
Grupo de cabos eleitorais que vão de casa em casa com discurso específico por região deve custar R$ 1,5 milhão até o dia da votação
Marta já arregimentou 700 profissionais, Kassab 500; com dificuldade financeira, Alckmin ainda programa contratar 112 funcionários
Danilo Verpa/Folha Imagem
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Visitadores contratados pela campanha da petista Marta Suplicy chegam em van ao Jardim São Jorge, na zona sul de São Paulo |
CONRADO CORSALETTE
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A proibição de outdoors,
banners e showmícios, além de
limitações de todo gênero na
exposição visual das candidaturas pelas ruas, transformaram
os chamados visitadores em
peça-chave na disputa pela Prefeitura de São Paulo neste ano.
Tanto que as três campanhas
mais bem estruturadas na sucessão municipal vêm concentrando esforço -e, pelo menos
no caso dos casos do PT e do
DEM, muito dinheiro- na tática de convencimento do eleitor
porta-a-porta.
Centenas de equipes uniformizadas, treinadas e munidas
de material de campanha direcionado a regiões específicas
batem de casa em casa, principalmente na periferia, há pelo
menos três semanas na cidade.
Somados, os gastos oficiais
de Marta Suplicy (PT), Gilberto
Kassab (DEM) e Geraldo Alckmin (PSDB) com essa mão-de-obra devem beirar R$ 1,5 milhão até o primeiro turno, em 5
de outubro. O contingente pode aumentar com a aproximação do dia da votação.
Líder nas pesquisas, Marta
arregimentou formalmente
um exército de 700 cabos eleitorais para o serviço, pagando
R$ 500 por cabeça, mais a alimentação. Foi ela quem primeiro pôs seus visitadores na
rua, já no início do mês, numa
tática para turbiná-la nas pesquisas pouco antes da estréia
do horário eleitoral de TV, que
começou no dia 15 passado.
Ela ainda mantém parcerias
com vereadores para multiplicar o número de equipes. Os visitadores bancados pelas parcerias seguem o mesmo roteiro
dos da campanha de Marta,
acrescentando apenas os elogios ao candidato a vereador.
Eles, no entanto, não costumam usar a camiseta vermelha
com a estrela do partido.
O prefeito Kassab, dono da
campanha que mais arrecadou
doações oficiais até agora, recorreu a uma cooperativa para
contratar seus visitadores, que
começaram a trabalhar uma semana depois dos funcionários
pagos pelo PT. Já cadastrou
500, que recebem R$ 540 mensais, além da alimentação.
Kassab esperou um pouco
mais a proximidade da campanha de TV. Tudo para que sua
imagem ficasse mais conhecida
entre os paulistanos, o que facilita o trabalho dos visitadores.
Alckmin, segundo na preferência do eleitorado neste momento, programou colocar na
rua 112 contratados num prazo
de até uma semana, com remuneração individual de R$ 450,
mais R$ 150 para as refeições. O
candidato vem enfrentando dificuldades na arrecadação de
dinheiro, o que o impede de investir pesado na estratégia.
Para complementar o serviço, o tucano pretende realizar
"mutirões". Sob orientação de
pesquisas, a cada fim de semana será feita uma ação concentrada num bairro da cidade.
Importado
O trabalho dos visitadores
profissionais é tradicionalmente usado nos Estados Unidos. O
presidente americano, o republicano George W. Bush, recorreu à tática no ano 2000, quando foi eleito pela primeira vez.
No Brasil, a profissionalização dos cabos eleitorais que vão
de casa em casa com um roteiro
de discurso e material específicos para cada região visitada foi
utilizada pelo marqueteiro Duda Mendonça nas campanha à
reeleição do hoje presidente do
Senado, Garibaldi Alves
(PMDB), ao governo do Rio
Grande do Norte, em 1998, e de
Marta Suplicy à Prefeitura de
São Paulo, em 2004. Garibaldi
venceu, Marta não.
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