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ESPÍRITO SANTO
Testemunha é assassinada em presídio
ALESSANDRA KORMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma testemunha-chave da
atuação dos grupos de extermínio
no Espírito Santo foi assassinada
anteontem, uma hora e meia após
chegar a um presídio estadual. O
preso Manoel Corrêa da Silva foi
transferido da carceragem da Polícia Federal, que não solicitou
proteção especial para ele.
Os depoimentos de Silva à missão especial enviada ao Estado para investigar o crime organizado
levaram a localizações de cemitérios clandestinos, ao esclarecimento de dois homicídios e a outras prisões, entre elas a do coronel da Polícia Militar Walter Gomes Ferreira, integrante da Scuderie Detetive Le Cocq -organização acusada de agir como um
esquadrão da morte.
Na segunda-feira, Silva iria
prestar novo depoimento ao promotor Fábio Vello, do grupo de
repressão ao crime organizado do
Ministério Público Estadual.
"Ele havia entrado em contato
com a Promotoria e deu indicações de que tinha outros fatos relevantes para serem revelados. Ficamos estarrecidos quando soubemos da transferência e logo depois da morte", disse o promotor.
Em depoimento prestado na última quarta na Promotoria de
Justiça de Cariacica, Silva teria feito novas acusações contra o coronel Ferreira. O promotor afirmou
que investigará as causas da morte e encaminhará representação
ao Ministério Público Federal para que apure a transferência.
Silva chegou à Penitenciária
Monte Líbano, em Cachoeiro de
Itapemirim, por volta das 13h de
ontem e foi encontrado morto às
15h30, com várias marcas de golpes na cabeça.
Segundo a assessoria da PF, ele
foi transferido porque a carceragem em que estava será demolida.
O delegado regional de Polícia Judiciária da PF, responsável pela
transferência, não foi localizado
para comentar o caso.
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