DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), João Felício, explicitou ontem, durante seminário organizado pelo PT, que a estratégia da entidade não incluirá pressão para a retirada dos projetos de reforma previdenciária da pauta do Congresso Nacional.
"Seria um equívoco fazer uma luta pela retirada da reforma", disse Felício. Para justificar a atitude, ele mencionou um aspecto da personalidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Quem conhece o Lula sabe que ele não vai fazer isso [retirar o projeto]." Felício defendeu que a CUT apresente emendas ao projeto.
O presidente da CUT fez um discurso, na presença do ministro Ricardo Berzoini (Previdência) e do presidente do PT, José Genoino, carregado de críticas ao projeto do governo. Sua fala foi interrompida por aplausos da platéia.
O presidente da CUT criticou a forma pela qual vem sendo divulgada pelo governo a média salarial dos servidores públicos. "Dá a impressão de que o servidor público ganha muito bem, o que não é verdade. Cerca de 57% dos servidores públicos federais ganham até R$ 1.561", disse Felício.
No final do discurso, Felício acrescentou: "Para não dizer que só critiquei o projeto do governo, digo que a proposta tem um mérito espetacular". Ao ouvir isso, Genoino interrompeu o sindicalista, provocando risadas na platéia: "Atenção, pessoal, vamos fazer silêncio para ouvir".


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