São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

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Na prefeitura, tucanos apelam à Executiva para definir conduta

Kassabistas estão divididos entre prefeito e dependência de votos do PSDB

FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os vereadores tucanos de São Paulo vão levar às instâncias municipal e estadual do PSDB a decisão sobre o apoio exclusivo ou não ao ex-governador Geraldo Alckmin, escolhido o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo.
Na prática, isso significa que eles pedem ao partido uma decisão sobre a conduta em relação à administração do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Até o fim da semana, os vereadores e o secretário municipal de Esportes, Walter Feldman, terão uma reunião com os presidentes estadual e municipal do partido, Mendes Thame e José Henrique Reis Lobo, além dos deputados federais Edson Aparecido e Julio Semeghini, apoiadores de Alckmin.
Feldman e os vereadores estiveram na linha de frente da articulação para levar a tese da aliança com Kassab à convenção tucana, proposta retirada na véspera da votação.
"Somos partidários, mas não podemos abandonar São Paulo e todas as conquistas que tivemos. Vamos levar às instâncias do partido essa nossa situação paradoxal", disse o líder da bancada, Gilberto Natalini.
Segundo aliados de Alckmin, três pontos vão dominar essa conversa. O primeiro é a preocupação com as conseqüências de um possível abandono da gestão Kassab, que foi vice-prefeito do governador José Serra e é um aliado dele.
Além disso, uma insistência em apoiar Kassab mesmo com Alckmin candidato poderia dar munição para os mais exaltados levarem os vereadores ao conselho de ética do partido.
Por fim, há análise de que, para se eleger, os vereadores precisam do voto de legenda do PSDB, que seria puxado por Alckmin. Ao mesmo tempo, Alckmin necessita da ajuda dos parlamentares para fazer campanha junto às bases deles.
"Você faz campanha com emoção, tem que transmitir um desejo de mudança. A situação dos vereadores é reconhecidamente difícil", diz Thame. "Mas, se o nosso candidato vai bem, aumenta voto de legenda. Por outro lado, nosso candidato precisa da ação dos vereadores para ter capilaridade, para conseguir chegar às lideranças de bairro."
Em 2004, a legenda do PSDB recebeu 458 mil votos. A atual bancada teve 312 mil votos.
Julio Semeghini, que faz parte da Executiva Municipal do partido, diz que o momento agora é de união. "Nós fazemos questão de deixar todas as portas abertas. A união traz conseqüências positivas para a eleição de 2008 e de 2010."

Alianças
Kassab fechou ontem mais uma aliança, com o PSC. O partido, que conta hoje com 12 deputados federais, garantirá 36 segundos adicionais ao programa do prefeito.
A aliança se restringe à chapa majoritária. "Teremos o mesmo que os candidatos do DEM, material de campanha, programa eleitoral", diz o presidente do PSC, Gilberto Nascimento.


Colaborou CATIA SEABRA , da Reportagem Local


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