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TV
Emissoras perderam 952 mil casas
Horário eleitoral faz cair ibope das redes
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A "novela" protagonizada por
Lula, Ciro, Serra e Garotinho no
horário eleitoral derrubou o ibope das emissoras de televisão.
Quando a propaganda política estreou, na terça-feira, os canais
perderam audiência em 952 mil
domicílios na Grande São Paulo.
Na véspera do primeiro capítulo da saga eleitoral, os canais da
TV aberta somaram 72 pontos de
audiência, das 20h30 às 21h20
(horário cedido à propaganda política). Na terça, o ibope caiu para
52 pontos, mesmo com as fortes
cenas da estréia, em que Serra
mostrou um vídeo de Ciro chamando um eleitor de "burro". Cada ponto equivale a 47,6 mil domicílios na Grande SP, o que representa a queda de 952 mil casas.
Quando a trama mudou de
"personagens", na quarta, com
Maluf e cia., o ibope subiu um
pouco, para 52. Mas, na quinta,
no segundo capítulo da "novela"
dos presidenciáveis, caiu para 47.
Na edição da tarde, das 13h às
13h50, quando o número de TVs
ligadas é menor que no horário
nobre, as emissoras abertas perderam audiência em 618,8 mil domicílios na Grande São Paulo.
Antes da estréia, na segunda-feira, registraram 39 pontos no
Ibope. Na terça, com o horário
político dos presidenciáveis, a audiência caiu para 26. Na quarta-feira, com candidatos ao governo,
o número se manteve, mas a continuação da "novela" do Planalto,
na quinta, chegou a 22 pontos.
Os políticos também estão prejudicando a programação normal. "Esperança" (novela das oito
da Globo), por exemplo, caiu de
46 pontos de média, na segunda-feira, para 39 na terça, quando foi
exibida após o horário eleitoral.
Além da perda de audiência, o
perfil dos telespectadores também mudou com a propaganda
política. À noite, as mulheres
-público mais forte das novelas- passaram a ver menos TV e
os homens mostraram mais interesse pelo "enredo" das eleições.
A porcentagem de telespectadoras passou de 60,3 (na segunda) para 58,4 (terça) e a de telespectadores, de 39,7 para 41,6.
A classe AB, com maior acesso à
TV paga, foi a que mais fugiu dos
políticos, percentualmente. Sua
participação na audiência do horário reduziu. A presença da classe C subiu, e a da DE não mudou.
Nas próximas semanas, a tendência é que o ibope dos políticos
caia mais. Só deve subir com a
emoção dos capítulos finais.
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