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Clientelismo é comum, dizem estudiosos
DA SUCURSAL DO RIO
Personalistas, conservadores,
clientelistas e pouco afáveis a
compromissos partidários. Essas
são as principais características
dos radialistas que se tornam políticos, segundo o cientista político Maurício Ferreira da Silva, pesquisador da Universidade Federal
de São Carlos e da PUC-SP.
"Eles se colocam à parte da relação partidária. O partido cumpre
uma exigência institucional e se
submete aos interesses dos comunicadores, que exibem como
trunfo eleitoral a popularidade
entre seus ouvintes", diz Silva, autor do livro "Quem me Elegeu Foi
o Rádio", que faz um perfil dos radialistas paulistas eleitos deputados estaduais entre 1986 e 1994.
Segundo ele, só existe fidelidade
partidária entre os chamados radialistas-políticos quando a trajetória no rádio coincide com uma
história partidária. É o caso de
Garotinho, que sempre esteve ligado a partidos de oposição -começou no PT, passou pelo PDT e,
agora, está no PSB.
A cientista política Márcia Vidal, professora da UFC (Universidade Federal do Ceará) afirma
que grande parte dos candidatos
radialistas se utiliza de práticas assistencialistas.
"É o chamado coronelismo eletrônico. Eles doam uma cadeira
de rodas para um ouvinte, sorteiam uma casa para outro. Fazem uso no ar de antigas práticas
clientelistas que sempre existiram
nas regiões mais pobres do país",
diz Márcia, autora do livro "Rádio
e Política: do Microfone ao Palanque -Os Radialistas Políticos em
Fortaleza (1981-1996)".
(MFM)
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