São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

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Promotoria volta a pedir prisão de Klinger e mais 5

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Estadual recorreu ontem da recusa do pedido de prisão do secretário de Serviços Municipais de Santo André, Klinger Luiz de Oliveira da Silva, e de outros cinco supostos envolvidos no esquema de extorsão de dinheiro de empresários do setor de transporte da cidade.
A prisão havia sido solicitada, na última quinta-feira, ao juiz da 1ª Vara Criminal, Iasin Issa Ahmed, que considerou a medida "desnecessária" no momento. Sob a alegação de que as testemunhas do caso correm risco de morte, a Promotoria pediu ontem ao Tribunal de Justiça que conceda o pedido.
Além de Klinger, o pedido de prisão estende-se a Ronan Maria Pinto, Irineu Nicolino Martin Bianco, Humberto Tarcisio de Castro, Luiz Marcondes de Freitas Jr. e Sérgio Gomes da Silva -que dirigia o carro em que estava o prefeito assassinado Celso Daniel quando este foi sequestrado.
Os seis foram denunciados por formação de quadrilha e concussão (extorsão praticada por servidor). Segundo denúncias, o dinheiro extorquido de empresários de transporte público da cidade supostamente serviu para financiar campanhas eleitorais do PT.
"Consideramos a prisão uma medida necessária para proteger nossas testemunhas", disse o promotor Roberto Wider Filho. Segundo relato dessas testemunhas, Klinger e Sérgio Gomes portariam armas de fogo.

Testemunha
Uma nova testemunha foi ouvida ontem pelo Ministério Público para esclarecer supostas irregularidades em contratos da Prefeitura de Santo André com a empresa Rotedali, que pertence à família de Ronan Maria Pinto.
O engenheiro da Semasa (Serviço Municipal de Saneamento), cujo nome é mantido em sigilo pelos promotores, depôs durante quase três horas. Na saída do fórum, ele não quis comentar seu depoimento.
No caso da Rotedali, empresa de limpeza pública e manutenção de aterros sanitários, a Promotoria investiga denúncias de favorecimento ao empresário, que era ligado à cúpula petista de Santo André.
Um dos fatos que chamou a atenção dos promotores foi a forma de contratação da empresa. A Prefeitura de Santo André rescindiu um contrato que ainda estava dentro do prazo legal e, em regime emergencial, firmou contrato com a Rotedali.
Além dos depoimentos, a Promotoria tem cerca de 60 mil documentos (ofícios da própria prefeitura e do Tribunal de Contas do Estado) que confirmariam as irregularidades.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)



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