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Promotoria volta a pedir prisão de Klinger e mais 5
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Estadual recorreu ontem da recusa
do pedido de prisão do secretário de Serviços Municipais de
Santo André, Klinger Luiz de
Oliveira da Silva, e de outros
cinco supostos envolvidos no
esquema de extorsão de dinheiro de empresários do setor
de transporte da cidade.
A prisão havia sido solicitada,
na última quinta-feira, ao juiz
da 1ª Vara Criminal, Iasin Issa
Ahmed, que considerou a medida "desnecessária" no momento. Sob a alegação de que
as testemunhas do caso correm
risco de morte, a Promotoria
pediu ontem ao Tribunal de
Justiça que conceda o pedido.
Além de Klinger, o pedido de
prisão estende-se a Ronan Maria Pinto, Irineu Nicolino Martin Bianco, Humberto Tarcisio
de Castro, Luiz Marcondes de
Freitas Jr. e Sérgio Gomes da
Silva -que dirigia o carro em
que estava o prefeito assassinado Celso Daniel quando este foi
sequestrado.
Os seis foram denunciados
por formação de quadrilha e
concussão (extorsão praticada
por servidor). Segundo denúncias, o dinheiro extorquido de
empresários de transporte público da cidade supostamente
serviu para financiar campanhas eleitorais do PT.
"Consideramos a prisão uma
medida necessária para proteger nossas testemunhas", disse
o promotor Roberto Wider Filho. Segundo relato dessas testemunhas, Klinger e Sérgio Gomes portariam armas de fogo.
Testemunha
Uma nova testemunha foi
ouvida ontem pelo Ministério
Público para esclarecer supostas irregularidades em contratos da Prefeitura de Santo André com a empresa Rotedali,
que pertence à família de Ronan Maria Pinto.
O engenheiro da Semasa
(Serviço Municipal de Saneamento), cujo nome é mantido
em sigilo pelos promotores, depôs durante quase três horas.
Na saída do fórum, ele não quis
comentar seu depoimento.
No caso da Rotedali, empresa
de limpeza pública e manutenção de aterros sanitários, a Promotoria investiga denúncias de
favorecimento ao empresário,
que era ligado à cúpula petista
de Santo André.
Um dos fatos que chamou a
atenção dos promotores foi a
forma de contratação da empresa. A Prefeitura de Santo
André rescindiu um contrato
que ainda estava dentro do
prazo legal e, em regime emergencial, firmou contrato com a
Rotedali.
Além dos depoimentos, a
Promotoria tem cerca de 60 mil
documentos (ofícios da própria prefeitura e do Tribunal de
Contas do Estado) que confirmariam as irregularidades.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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