|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUMO ÀS ELEIÇÕES
Para o ministro, permanência à frente do banco nos primeiros meses do próximo governo ajudaria transição
Malan defende Armínio no BC no pós-FHC
LEONARDO SOUZA
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, defendeu a permanência
de Armínio Fraga no comando do
Banco Central nos primeiros meses do mandato do próximo presidente da República, independentemente de quem seja eleito.
Segundo ele, isso permitiria uma
transição menos conturbada.
"Quem vencer as eleições só teria a ganhar ao preservar o Armínio Fraga por um tempo, por uns
meses, para garantir uma transição menos turbulenta. Seria um
enorme sinal", disse ele, em depoimento na CAE (Comissão de
Assuntos Econômicos) do Senado, ontem pela manhã.
Na semana passada, Fraga confirmou que aceitaria o convite para permanecer no cargo, feito pelo
candidato governista ao Planalto,
José Serra (PSDB), caso seja eleito.
A iniciativa de Fraga foi para tranquilizar o mercado, que tem se
pautado por medo de mudanças
na condução da economia.
Para Malan, outra medida que
contribuiria para reduzir a volatilidade do mercado financeiro seria a votação, ainda neste ano, da
PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do artigo 192, que autorizaria o Congresso a aprovar o
projeto de lei que garantiria autonomia operacional ao BC.
Além de dar liberdade ao BC para cumprir as metas definidas pelo governo, os dirigentes da instituição teriam mandatos fixos.
Ontem à tarde, após reunião com
o presidente Fernando Henrique
Cardoso, líderes na Câmara disseram que o governo se comprometeu a não enviar o projeto de regulamentação do sistema financeiro
para o Congresso por enquanto.
Malan participou do encontro.
Segundo Arnaldo Madeira
(PSDB-SP), presente na reunião,
não foi fechado acordo com a
bancada do PT na Câmara para
colocar em votação a PEC.
No Senado, o ministro criticou
o que classificou de "intromissões
indébitas" de estrangeiros no debate político do país, em referência a declarações de investidores e
profissionais do mercado financeiro internacional. "O debate é
fundamentalmente de brasileiros,
entre brasileiros, e será resolvido
por brasileiros através das urnas."
Malan negou defender um único caminho para a condução da
política econômica do país. Mas
disse que temas "fundamentais",
como austeridade fiscal, controle
da inflação e regime de câmbio
flutuante, não deveriam ser debatidos -estariam consolidados
como conquistas da sociedade.
Texto Anterior: Bispo diz que PL fará aliança com PSB no Rio Próximo Texto: Frase Índice
|