São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Para o ministro, permanência à frente do banco nos primeiros meses do próximo governo ajudaria transição

Malan defende Armínio no BC no pós-FHC

LEONARDO SOUZA
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, defendeu a permanência de Armínio Fraga no comando do Banco Central nos primeiros meses do mandato do próximo presidente da República, independentemente de quem seja eleito. Segundo ele, isso permitiria uma transição menos conturbada.
"Quem vencer as eleições só teria a ganhar ao preservar o Armínio Fraga por um tempo, por uns meses, para garantir uma transição menos turbulenta. Seria um enorme sinal", disse ele, em depoimento na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, ontem pela manhã.
Na semana passada, Fraga confirmou que aceitaria o convite para permanecer no cargo, feito pelo candidato governista ao Planalto, José Serra (PSDB), caso seja eleito. A iniciativa de Fraga foi para tranquilizar o mercado, que tem se pautado por medo de mudanças na condução da economia.
Para Malan, outra medida que contribuiria para reduzir a volatilidade do mercado financeiro seria a votação, ainda neste ano, da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do artigo 192, que autorizaria o Congresso a aprovar o projeto de lei que garantiria autonomia operacional ao BC.
Além de dar liberdade ao BC para cumprir as metas definidas pelo governo, os dirigentes da instituição teriam mandatos fixos. Ontem à tarde, após reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso, líderes na Câmara disseram que o governo se comprometeu a não enviar o projeto de regulamentação do sistema financeiro para o Congresso por enquanto. Malan participou do encontro.
Segundo Arnaldo Madeira (PSDB-SP), presente na reunião, não foi fechado acordo com a bancada do PT na Câmara para colocar em votação a PEC.
No Senado, o ministro criticou o que classificou de "intromissões indébitas" de estrangeiros no debate político do país, em referência a declarações de investidores e profissionais do mercado financeiro internacional. "O debate é fundamentalmente de brasileiros, entre brasileiros, e será resolvido por brasileiros através das urnas."
Malan negou defender um único caminho para a condução da política econômica do país. Mas disse que temas "fundamentais", como austeridade fiscal, controle da inflação e regime de câmbio flutuante, não deveriam ser debatidos -estariam consolidados como conquistas da sociedade.



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