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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Co-réu, Kassab ainda pode ser incluído em "lista suja" da AMB
Prefeito foi absolvido em ação na qual é acusado de improbidade, mas recurso de promotores mantém processo em andamento
Acusação é do final dos anos 90, quando foi secretário de Pitta; assessoria de Kassab diz que não-inclusão na lista da AMB é "justa e criteriosa"
RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), ainda é
co-réu em ação civil pública
que o acusa de improbidade administrativa quando era secretário de Celso Pitta (1997-2000), situação que pode levar
seu nome a integrar a "lista suja" da AMB (Associação dos
Magistrados Brasileiros).
Kassab foi absolvido pelo TJ
(Tribunal de Justiça) de São
Paulo em maio de 2007, mas
recurso extraordinário feito
pelo Ministério Público mantém a ação tramitando.
A "lista suja" divulgada pela
AMB na terça-feira traz nomes
de candidatos a prefeito e vice
nas capitais que respondem a
"ações penais, de improbidade
administrativa e eleitoral". Em
relação a São Paulo, a lista inclui apenas os nomes de Marta
Suplicy (PT) -devido a processo por supostas irregularidades
na contratação de empresas
quando foi prefeita- e Paulo
Maluf (PP) -réu em sete ações.
A AMB respondeu ontem
que não incluiu o nome de Kassab na lista porque não identificou no site do TJ que a ação civil pública "tenha sido ajuizada
com base na Lei de Improbidade Administrativa, critério adotado pela associação".
A entidade diz que vai analisar novamente o processo de
Kassab e, se constatar que ele
se enquadra nos critérios estabelecidos, incluirá o nome do
prefeito na lista.
A campanha de Kassab mandou imprimir nesta semana
120 mil panfletos, com o título
"sujou", e a expressão "Marta
nunca mais", reunindo notícias
de jornal sobre a inclusão da
petista na "lista suja".
A ação civil pública contra
Kassab foi movida pelo Ministério Público no final dos anos
90, sob o argumento de que Pitta e Kassab, entre outros, cometeram improbidade administrativa ao publicar anúncio
em jornais com o intuito de defender "interesses pessoais"
diante de reportagens que vinculavam a prefeitura a esquema com títulos públicos.
Kassab e Pitta foram condenados em primeira instância.
Recorreram ao Tribunal de
Justiça, que manteve a condenação. Novo recurso foi feito ao
STJ (Superior Tribunal de Justiça), que anulou o julgamento.
Em nova análise, o TJ absolveu
por unanimidade os réus sob o
argumento de que o anúncio tinha caráter informativo.
O Ministério Público entrou,
então, com um primeiro recurso, que foi negado. Em 23 de
abril, entrou com novo recurso,
o que pode levar o caso ao STF
(Supremo Tribunal Federal).
"A ação está pendente, ele é
réu, é recorrido. Mas o recurso
extraordinário não tem efeito
suspensivo sobre o quadro decisório do TJ, em que ele foi absolvido", afirmou o ministro
Marco Aurélio Mello, do STF. A
assessoria do TJ confirmou que
a ação continua tramitando.
A assessoria de Kassab disse
que a não-inclusão de seu nome
na lista da AMB "é justa e criteriosa". "Não haveria cabimento
em mencionar uma ação julgada improcedente em segundo
grau de jurisdição. Ainda que o
Ministério Público tenha interposto recurso, ele não suspende os efeitos da decisão do TJ."
Alexandre Moraes, um dos
principais auxiliares de Kassab
e secretário de Transportes da
prefeitura, argumentou que o
recurso nem chegou ainda a ser
admitido pelo TJ e que "a questão constitucional [objeto do
recurso] já foi analisada, tendo
havido a absolvição".
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