São Paulo, sábado, 26 de julho de 2008

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Foco

No Rio, Crivella e Jandira se deparam com venda de drogas e homens armados

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Candidatos a prefeito do Rio ignoram traficantes armados e consumo de drogas para fazerem atos de campanhas nas favelas da cidade.
Líder na pesquisa Datafolha, com 24% das intenções de votos, o senador Marcelo Crivella (PRB) percorreu ontem as favelas do Amarelinho e de Acari (zona norte) seguido por homens com fuzis, pistolas e radiotransmissores.
Segunda colocada -16% dos votos, em empate técnico com Eduardo Paes, com 13%-, a ex-deputada Jandira Feghali (PC do B) passou entre homens armados quando esteve em campanha, há uma semana, no Buraco Quente, área mais perigosa do morro da Mangueira (zona norte).
O circuito de Jandira começou pela Candelária. A caminhada só durou 11 minutos. A candidata decidiu ir embora ao passar por um homem que fumava maconha.
A candidata decidiu ir, de carro, até o Buraco Quente. Perto do local, Jandira passou ao lado da principal boca-de-fumo da Mangueira. Em um tabuleiro, estavam dispostas trouxinhas de maconha e papelotes de cocaína.
Integrante da coordenação da campanha de Jandira, o ex-vereador Mário Del Rei disse, ao lado da boca, que em comunidades como a Mangueira fica difícil evitar contato com os traficantes. "O negócio é não olhar, não olhar", orientava em voz baixa.
Crivella não passou tão perto de traficantes, mas conviveu com eles na caminhada de quase três horas que começou no Amarelinho e acabou em Acari. À distância, homens armados acompanharam a caminhada, que reuniu cerca de 80 militantes. Para evitar surpresas, dois homens da comitiva iam cem metros à frente, como para alertar que o candidato viria em seguida.
"É aviltante entrarmos em qualquer área do Rio que seja dominada por facções. Não aceito, não me conformo, fere o senso da minha dignidade, da minha cidadania", disse ele, cuja visita foi acordada pela direção da campanha com o candidato da comunidade à Câmara Municipal, Paulinho da Social (PTB).
Por causa do tráfico, Alessandro Molon (PT) decidiu só ir a favelas quando convidado por militantes locais. Eduardo Paes (PMDB) e Solange Amaral (DEM) também têm ido pouco a favelas.


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