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Foco
No Rio, Crivella e Jandira se deparam com venda de drogas e homens armados
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Candidatos a prefeito do
Rio ignoram traficantes armados e consumo de drogas
para fazerem atos de campanhas nas favelas da cidade.
Líder na pesquisa Datafolha, com 24% das intenções
de votos, o senador Marcelo
Crivella (PRB) percorreu ontem as favelas do Amarelinho
e de Acari (zona norte) seguido por homens com fuzis, pistolas e radiotransmissores.
Segunda colocada -16%
dos votos, em empate técnico
com Eduardo Paes, com
13%-, a ex-deputada Jandira
Feghali (PC do B) passou entre homens armados quando
esteve em campanha, há uma
semana, no Buraco Quente,
área mais perigosa do morro
da Mangueira (zona norte).
O circuito de Jandira começou pela Candelária. A caminhada só durou 11 minutos. A candidata decidiu ir
embora ao passar por um homem que fumava maconha.
A candidata decidiu ir, de
carro, até o Buraco Quente.
Perto do local, Jandira passou
ao lado da principal boca-de-fumo da Mangueira. Em um
tabuleiro, estavam dispostas
trouxinhas de maconha e papelotes de cocaína.
Integrante da coordenação
da campanha de Jandira, o
ex-vereador Mário Del Rei
disse, ao lado da boca, que em
comunidades como a Mangueira fica difícil evitar contato com os traficantes. "O negócio é não olhar, não olhar",
orientava em voz baixa.
Crivella não passou tão
perto de traficantes, mas conviveu com eles na caminhada
de quase três horas que começou no Amarelinho e acabou em Acari. À distância, homens armados acompanharam a caminhada, que reuniu
cerca de 80 militantes. Para
evitar surpresas, dois homens
da comitiva iam cem metros à
frente, como para alertar que
o candidato viria em seguida.
"É aviltante entrarmos em
qualquer área do Rio que seja
dominada por facções. Não
aceito, não me conformo, fere
o senso da minha dignidade,
da minha cidadania", disse
ele, cuja visita foi acordada
pela direção da campanha
com o candidato da comunidade à Câmara Municipal,
Paulinho da Social (PTB).
Por causa do tráfico, Alessandro Molon (PT) decidiu só
ir a favelas quando convidado
por militantes locais. Eduardo Paes (PMDB) e Solange
Amaral (DEM) também têm
ido pouco a favelas.
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