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PARÁ
Polícia proíbe delegados de falar com imprensa sem autorização
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Um ofício do chefe da Polícia Civil do interior do Pará,
Miguel Alves, proibiu há
cerca de um mês todos os delegados do Estado de falar
com a imprensa sem a
anuência de um superior e
sem passar pela assessoria de
imprensa do órgão.
Segundo o delegado-geral
do Pará, Justiniano Alves, a
idéia não é "impedir" a publicação de informações, mas
"controlar coisas que podem
prejudicar a instituição".
A medida teve como principal motivo declarações feitas à Folha pela delegada
Liane Martins, corregedora
da Polícia Civil que investigou o caso da adolescente L.,
presa em cela com mais de
20 homens em 2007, quando
foi torturada e estuprada. A
delegada jogou a culpa na vítima. "A partir daquele momento já pensamos em [impedir] que se fizesse [entrevistas]", disse Alves. Martins
está afastada.
Segundo a Secretaria da
Segurança, o documento
reafirma a lei orgânica da
Polícia Civil paraense e o Código de Processo Penal. Mas
o ofício não se refere a nenhuma das normas. Diz que
"qualquer notícia" deve ser
autorizada pela assessoria,
que por sua vez fará "o controle das informações", repassando à "superior administração" da Polícia Civil
para que ela tenha "ciência"
da apuração.
(JOÃO CARLOS MAGALHÃES)
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