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Relator da ONU diz que governo adota uma atitude paternalista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas)
para os Direitos Humanos e as
Liberdades Fundamentais dos
Povos Indígenas, o índio apache James Anaya reclamou da
atitude paternalista do governo
brasileiro e das ONGs. Segundo
ele, o Brasil trata os índios como se eles não pudessem zelar
por seus próprios interesses.
Anaya também lamentou a
falta de diálogo do governo com
os indígenas, citando as obras
do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que não
levam em consideração os interesses das comunidades: "Escutei a queixa de que programas como o PAC, de desenvolvimento industrial, provocam
um tipo de desenvolvimento
que não leva em conta as particularidades dos povos indígenas, sobretudo nas demarcações das terras e, em muitos casos, estão em tensão com interesses de povos indígenas".
O relator evitou opinar sobre
o julgamento do STF sobre Raposa/Serra do Sol: "Pode ser
que surpreendam a todos e
achem uma solução que não tire tudo de um lado e beneficie o
outro". Anaya não crê em conflitos depois do julgamento.
Ontem ele recebeu duas denúncias de violência contra índios: no domingo, um grupo de
madeireiros atacou terras dos
Guajajara Tentehara, no Maranhão; no sábado, Mozeni Sá, líder dos Truká, foi morto em
Pernambuco.
(FERNANDA ODILLA)
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