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Índios dizem que pistoleiros
rondam aldeia
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Índios macuxis relataram ontem que supostos
pistoleiros rondam com
motos a aldeia do Barro,
que fica na Vila Surumu,
principal foco de tensão
entre indígenas e fazendeiros na terra indígena
Raposa/Serra do Sol.
Os homens, alguns com
capacete, foram vistos no
fim de semana. Na região,
a Polícia Federal e a Força
Nacional de Segurança
mantêm uma base. O CIR
(Conselho Indígena de
Roraima) principal organização que defende a demarcação contínua da
área, disse que comunicará o caso à Funai (Fundação Nacional do Índio).
Reportagem da Folha
de sábado informou que o
serviço de inteligência do
governo federal detectou a
chegada de jagunços vindos de Boa Vista e de outros Estados do Norte.
Ontem, o professor da
etnia macuxi Walter de
Oliveira, 40, relatou que
os supostos pistoleiros estão saindo das fazendas e
entram na Vila Surumu
(226 km de Boa Vista) para visitar os não-índios
que estão na área, driblando a polícia. Disse que os
homens ficam a maior
parte do tempo num bar.
Quando anoitece, começam a rondar a aldeia do
Barro, onde se concentra
os índios defensores da
demarcação contínua.
No domingo, os macuxis
dizem ter visto quatro pistoleiros. Dois usavam capacetes. Um foi reconhecido como sendo um integrante do grupo que atirou
contra indígenas, em
maio, em confronto na fazenda do arrozeiro e prefeito de Pacaraima (RR),
Paulo César Quartiero
(DEM). Na ocasião, ele
disse que seus funcionários só reagiram a agressões dos índios. Segundo o
delegado da PF Ivan Herrero Fernandes, não há
comprovação da existência de pessoas armadas ou
pistoleiros na área.
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