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Para Stedile, burguesia produz "tensionamento"
DA AGÊNCIA FOLHA
O líder sem terra João Pedro
Stedile disse que está sendo feita
"tempestade em copo d'água" em
relação a declarações que deu no
Rio Grande do Sul. E sugeriu que
a "burguesia usa a mídia" para gerar "falsos tensionamentos" envolvendo o governo federal e o
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
"A burguesia brasileira está
usando a mídia como partido
ideológico, criando falsos tensionamentos", disse Stedile ontem,
em Aracaju (SE), durante evento
sobre a Alca promovido pela CUT
(Central Única dos Trabalhadores) e pelo MST.
Questionado sobre o que seriam esses "tensionamentos", Stedile citou o episódio em que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou o boné do MST.
Segundo o seu raciocínio, o gesto representou uma tentativa do
governo federal de empreender
mudanças no país. Isso, ainda segundo as suas palavras, causa a
reação da "burguesia", que usaria
a imprensa para combater essas
mudanças.
Na cidade de Canguçu (RS), na
quarta-feira, Stedile disse que "a
luta camponesa abriga hoje 23
milhões de pessoas". "Do outro
lado, há 27 mil fazendeiros. Essa é
a disputa."
Em seguida, completou: "Será
que mil perdem para um? É muito
difícil. O que nos falta é nos unirmos. Não vamos dormir até acabarmos com eles [os latifundiários]".
Invasão e marcha
Cerca de cem famílias ligadas ao
MST invadiram ontem a fazenda
Uberaba, no município de Bonito
(130 km de Recife, PE). A área tem
aproximadamente 600 hectares e
fica a 2 km da rodovia PE-103.
Os cerca de 400 sem-terra invadiram a área por volta das 5h. Até
o final da manhã, já haviam erguido 70 barracos. Segundo a Polícia
Militar, a invasão foi pacífica e a
situação era tranquila.
No Rio Grande do Sul, o MST
reiniciou ontem pela manhã a
marcha a São Gabriel, na região
central do Estado. O mau tempo
havia obrigado os cerca de 800
manifestantes a interromper a caminhada na terça-feira passada.
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