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ELEIÇÕES 2008 / PESQUISA
Procedimentos do Datafolha impedem influência em dados
Instituto muda pontos de fluxo entre os levantamentos e apenas entrevista de maneira aleatória, entre outros meios de segurança
Para diretor do Datafolha, Alessandro Janoni, não há hipótese de as campanhas conhecerem os locais das entrevistas de antemão
DO PAINEL
Os pontos de fluxo nos quais
o Datafolha aplica seus questionários mudam de um levantamento para o outro e somente
são registrados no TRE depois
de realizado o campo e divulgados os resultados, explica o diretor de pesquisa do instituto,
Alessandro Janoni. Chegam ao
juiz em envelope lacrado. "Não
existe hipótese de as campanhas conhecerem esse mapa de
antemão", afirma.
Além disso, segue o diretor,
qualquer movimentação minimamente estranha no ponto de
fluxo ou em local próximo é reportada pelos pesquisadores
tanto por telefone como nos
instrumentos de campo. Quando isso acontece, eles mudam
de ponto e refazem o material
com outros entrevistados.
Janoni estranha a preocupação, manifestada pelo prefeito,
de que adversários estejam obtendo sucesso em prejudicar
sua avaliação. "Como", pergunta, "se ele tem maior aprovação
do que intenção de voto?".
"Considero a atitude do prefeito totalmente questionável
no plano da ética na esfera pública", afirma o diretor.
De acordo com ele, não foram detectadas perturbações
no campo de nenhuma pesquisas feita pelo Datafolha na atual
temporada eleitoral.
O diretor conta que a perturbação mais registrada em campanhas passadas, ainda assim
em escala residual, é a do militante partidário que tenta ser
entrevistado, oferta sempre
descartada pelo aplicador do
questionário. Na metodologia
utilizada pelo Datafolha, é proibido entrevistar o eleitor que se
oferece. A abordagem é necessariamente aleatória.
Outro expediente conhecido
das campanhas, segundo Janoni, é o da realização de propaganda na vizinhança do ponto
de fluxo. Mas, assim como o
"truque" do entrevistador oferecido, encontra barreira nos
procedimentos de segurança.
No levantamento por "pontos de fluxo", o pesquisador vai
a campo com uma grade de entrevistas que cobre cotas de sexo e idade, de acordo com o perfil do eleitorado. No entender
do Datafolha, a principal vantagem desse método sobre a
abordagem domiciliar é a facilidade de acesso a todos os segmentos de eleitores, evitando
viés nos resultados.
"O histórico de acertos do
Datafolha em seus 25 anos de
existência é, por si só, prova de
que a metodologia é adequada e
tecnicamente rigorosa", afirma
Janoni.
(RENATA LO PRETE)
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