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Assunto não é tabu, diz antropóloga
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM TABATINGA
Antropólogos como
Pierre Clastres (1934-1977) e Darcy Ribeiro
(1922-1997) registraram
em artigos a existência de
casos de homossexualidade nas tribos indígenas do
Brasil. Mas, sobre os índios gays contemporâneos, não há pesquisas.
A antropóloga da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) Helena Rangel diz que a homossexualidade é tão antiga quanto
a humanidade e que, no
mundo indígena, alguns
mitos fazem referência a
essa opção sexual. "Na sociedade indígena, há uma
divisão muito clara do trabalho entre homens e mulheres, então, se um homem quer ser mulher, assume o trabalho feminino.
Não é um assunto tabu
nem absurdo."
Sobre a maior visibilidade dos homossexuais
atualmente, Rangel diz
que acredita ser um fenômeno mundial e que não
pode comentar especificamente sobre os ticunas. "A
homossexualidade tem se
tornado um fenômeno
mais explícito", disse.
Com relação ao preconceito enfrentado pelos indígenas, ela afirma que a
discriminação hoje pode
ser maior do que a enfrentada anteriormente, devido à maior aproximação
dos índios com a moral
ocidental-cristã.
(KB)
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