|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Kassab se "apropria" de obra alheia, diz Marta
Petista sinaliza tentativa de polarizar com prefeito, que, segundo avaliação do PT, seria mais facilmente derrotado no 2º turno
Após diminuir diferença em relação a Alckmin para dez pontos percentuais, Kassab tem estimulado polarização com críticas à ex-prefeita
RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO
Ao acusar ontem o prefeito
Gilberto Kassab (DEM) de se
"apropriar" de obras alheias e
de ter "planejado" as escolas de
lata, a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, sinalizou que deve alimentar daqui pra frente a polarização que há semanas vem
sendo estimulada pelo prefeito.
Tendo diminuído na última
pesquisa Datafolha à metade a
distância que o separa de Geraldo Alckmin (PSDB) -de 21
pontos percentuais para 10-,
Kassab é visto por muitos petistas como o adversário "ideal"
de Marta no segundo turno.
Ela lidera, com 41%. Alckmin
tem 24%; Kassab, 14%.
O raciocínio do PT lembra a
taxa de rejeição -a de Kassab é
de 32%, o dobro da de Alckmin- e a simulação de segundo
turno: o Datafolha indica que
hoje Marta venceria Kassab
com folga de 20 pontos. Contra
Alckmin, há empate técnico.
Nas últimas semanas, Marta
vinha se negando a responder
aos ataques do prefeito, diferentemente do que ocorreu ontem: "Ele se apropria de obras
dos outros", disse, em relação à
afirmação de Kassab de que fez
dois hospitais. "As escolas de
lata foram construídas todinhas na gestão do [Celso] Pitta,
da qual o Kassab era o secretário de Planejamento. (...) Ele
[Kassab] planejou as escolas."
Kassab tem repetido em seu
programa que acabou com essas escolas -que esquentavam
demais no verão-, embora não
seja essa toda a história. Das 51
escolas de lata que existiam no
início da atual gestão, 44 foram
substituídas quando o prefeito
ainda era José Serra (PSDB).
Kassab era o vice.
"Marta deixou para Kassab
75 mil crianças estudando em
salas de lata", diz a assessoria
da campanha do DEM.
As declarações de Marta foram feitas após palestra a empresários do comércio. No discurso, ao falar dos camelôs ela
disse que o contrabando deve
ser banido com "violência".
"Tem que ser banido da cidade com muita violência." Assessores afirmaram depois que
Marta não se referiu a violência
física, mas a "rigor".
Texto Anterior: Súmula vinculante: Promotores recorrem ao STF contra decisão sobre algemas Próximo Texto: Segurança: Kassab promete cruzada contra assaltante de centro de saúde Índice
|