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Tucano usa bilhete do pai para 'acalmar'
LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Um bilhete escrito pelo pai, Geraldo, é o antídoto do atual governador Geraldo Alckmin (PSDB),
candidato à reeleição, para recuperar a serenidade em momentos
de estresse, como às vésperas de
uma decisão eleitoral.
O bilhete, amarelado, é levado
pelo governador na carteira desde
1976. "Ele me entregou dias antes
de eu ter sido eleito prefeito de
Pindamonhangaba (SP)", contou
o governador, em entrevista ontem pela manhã, depois de visita à
Fundação Mário Covas.
Escrito em letra cuidadosa e pequena, o bilhete-amuleto do governador tem trechos como: "Estás intranquilo? Aconteça o que
acontecer (...) deixa correr o tempo e, sem paixões, darás a cada
coisa a sua devida importância. Se
assim fizeres, serás mais justo. Para Paiau [apelido do governador
em família] de seu papai".
No último dia de campanha, o
governador, em um gesto simbólico, foi à Fundação Mário Covas
como uma homenagem ao padrinho político. A fundação existe
desde abril e Alckmin é um dos
fundadores. "Meu pai e ele [Covas] foram meus grandes mestres,
e os dois, aliás, jogavam xadrez
muito bem. Davam aula de estratégia", disse. Na fundação, comeu
um dos quitutes preferidos de Covas, morto em março do ano passado: pastel e guaraná.
Ao sair da fundação, Alckmin
seguiu a pé para uma feira no
bairro, a Pompéia, zona oeste de
São Paulo. Abraçou eleitores e foi
aplaudido no caminho. Ouviu:
"Geraldo sim, Serra não".
Alckmin afirmou que, depois de
votar hoje, vai esperar o resultado
ao lado da família. "Teremos boa
fiscalização amanhã [hoje], o
PSDB estará alerta", disse.
A programação do governador
foi mudada a partir do meio da
tarde de ontem. Iria assistir, com a
mulher e filhos, a uma missa do
padre Marcelo Rossi, na zona sul
da capital. Mas, depois de uma caminhada com o presidenciável
José Serra (PSDB) no parque Ibirapuera, as assessorias das duas
campanhas resolveram cancelar a
missa e organizar uma carreata.
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