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SANTA CATARINA
Esperidião Amin e Luiz Henrique disputam a mais indefinida eleição do Estado nos últimos anos
Empate incentiva troca de acusações
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
Os dois candidatos ao governo
de Santa Catarina, o governador
licenciado Esperidião Amin
(PPB), 54, e o ex-prefeito de Joinville Luiz Henrique (PMDB), 63,
disputam hoje a mais acirrada e
indefinida eleição do Estado nos
últimos anos, segundo mostram
as pesquisas de intenção de voto.
A situação de empate técnico,
registrada por todas as pesquisas
no segundo turno, levou os candidatos a adotar posturas de fortes
acusações de um e de outro lado.
Na última semana da campanha,
houve até discussões sobre o papel de cada um durante o regime
militar (1964-85).
Esperidião Amin afirma que
chega ao segundo turno, depois
de quatro anos de governo, sem
que a oposição "fizesse alguma
acusação fundamentada" contra
ele, o que seria "um atestado de
boa administração".
Lula
O governador insistiu, nos últimos dias, em tentar desvincular o
voto dos petistas da candidatura
Luiz Henrique, apoiado em palanque, na última quarta-feira,
por Lula. Nos programas eleitorais, um suposto eleitor de Lula
enviava mensagem ao candidato
petista justificando porque iria
votar em Amin.
Já Luiz Henrique colou no petista. Nos últimos programas de TV
e no horário nas emissoras de rádio, Lula apareceu pedindo votos
para o ex-prefeito.
O caminho do peemedebista na
campanha é curioso. Até o meio
do ano, ele era um dos cotados
para integrar como candidato a
vice a chapa presidencial de José
Serra (PSDB).
Depois, já candidato ao governo
estadual, acabou por se distanciar
da aliança nacional do PMDB
porque Serra cortejou Amin.
As lideranças do PMDB se aliaram a Lula no fim do primeiro
turno. Já Luiz Henrique embarcou na "onda Lula" no segundo
turno. No Estado, a "onda" gerou
uma das grandes surpresas: a eleição da petista Ideli Salvatti ao Senado, uma quase anônima no começo da disputa que ficou com a
primeira cadeira para a Casa com
quase tantos votos quanto Amin.
De acordo com Yan Carreirão,
professor de pós-graduação do
curso de sociologia política da
UFSC (Universidade Federal de
Santa Catarina), a disputa catarinense foi marcada pelo resultado
dos ataques dos adversários ao
governo Amin e pela aliança determinante que Luiz Henrique selou com os petistas.
"Quando os candidatos de oposição (PMDB e PT) começaram
uma campanha mais agressiva
contra o governador, ele tentou se
defender, mas não conseguiu mudar o quadro, o que refletiu nos
índices de intenção de voto. Até a
boa avaliação que ele sempre teve
no governo caiu nas últimas pesquisas", disse Carreirão.
Transferência
Em relação a Luiz Henrique, o
cientista político avalia que "houve uma forte transferência dos votos" do petista José Frisch [que ficou em terceiro lugar no primeiro
turno], para o peemedebista.
"Se o PT não tivesse tomado a
decisão de pedir votos para o Luiz
Henrique e o Lula não tivesse participado da campanha, talvez
Amin tivesse mais facilidade."
O funcionalismo público, com
grande força eleitoral em Santa
Catarina, onde o Estado é o maior
empregador, foi alvo de promessas dos candidatos. Amin acenou
com o medo de atraso de salários
em um novo governo do PMDB.
Na administração Paulo Afonso
(PMDB), anterior a Amin no governo, os professores ficaram até
três meses com salários atrasados.
Luiz Henrique tentou se desvincular da administração Paulo
Afonso e prometeu equiparação
salarial dos professores da rede
estadual de ensino com os professores municipais de Joinville, que,
segundo ele, "conseguiram os
melhores salários do Estado".
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