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Garotinho quer ser 'oposição propositiva'
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
A provável eleição de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT),
hoje, trará um situação política embaraçosa para o casal
Garotinho nos próximos
quatro anos. Para ter sua
candidatura à Presidência
viabilizada em 2006, o ex-governador Anthony Garotinho (PSB) depende fundamentalmente de um bom
desempenho de sua mulher,
Rosinha Matheus, à frente
do governo do Rio e de um
fracasso administrativo de
Lula na Presidência.
Rosinha, por sua vez, não
pode ser hostil a Lula, de
quem precisa obter recursos
federais para tocar projetos
importantes ao Estado, como a extensão do metrô à
Barra da Tijuca (zona oeste),
a construção da refinaria do
Norte Fluminense e a reativação da indústria naval.
Segundo assessores do casal, a concretização desses
projetos e mais ações sociais
compensatórias, como os
restaurantes populares e o
Programa Cheque-Cidadão,
trarão a popularidade necessária para Rosinha pavimentar a campanha do marido
em 2006.
"Qualquer que seja o projeto do PSB, é fundamental o
desempenho político-administrativo do Rio. Se tivermos qualquer percalço aqui
[no Rio] isso vai comprometer o processo geral", admite
o vice-presidente nacional
do PSB, Roberto Amaral.
"Oposição propositiva"
A situação política do casal
se complica porque Garotinho tem deixado claro que
não irá se comportar como
um aliado a toda prova de
Lula. O ex-governador já declarou que não pretende assumir nenhum cargo e que
defende uma "oposição propositiva" ao petista.
O PSB não admite essa hipótese e, ao que tudo indica,
participará do governo petista. "Não há hipótese [de
fazer uma oposição propositiva]. A relações do PSB com
o PT são orgânicas. Hoje, há
um consenso dentro do partido de que nós temos responsabilidade com a governabilidade", diz Amaral.
Aliados de campanha de
Garotinho afirmam que se o
ex-governador quiser manter o discurso crítico a Lula
só terá duas saídas a seguir:
deixar o PSB ou conquistar a
maioria do partido na eleição do próximo Diretório
Nacional, que acontece em
dezembro de 2003.
Numericamente, essa última possibilidade é viável. Os
diretórios do Rio e São Paulo, controlados por aliados
do ex-governador, têm a
maioria dos delegados, que
podem proporcionar a Garotinho o controle político
do PSB.
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