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Mais 3 deputados de Minas são investigados pela PF
Agora são 5 os congressistas mineiros suspeitos de integrar esquema de desvios de verba
Miguel Martini (PHS), José Santana de Vasconcellos (PR) e Jaime Martins (PR) são citados em inquérito da Operação João de Barro
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal investiga a
participação de mais três deputados federais mineiros no esquema de desvio de dinheiro
público e fraude em licitações
desvendado pela Operação
João de Barro. São citados no
inquérito os nomes de Miguel
Martini (PHS-MG), José Santana de Vasconcellos (PR-MG)
e Jaime Martins (PR-MG).
Na semana passada, a Justiça
autorizou a PF cumprir mandados de busca e apreensão nos
gabinetes dos deputados João
Magalhães (PMDB-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG), na Câmara. Agora, a polícia busca
elementos que comprovem a
participação, principalmente,
dos outros três congressistas
que aparecem no inquérito.
As investigações começaram
com o Ministério Público Federal em Governador Valadares (MG), após o TCU (Tribunal de Contas da União) detectar fraudes em 23 municípios
mineiros. O principal suspeito
de comandar o esquema era o
deputado João Magalhães, acusado de manter em nome de laranjas a Construtora Ponto Alto para montar licitações e conseguir verbas federais.
A Operação João de Barro foi
uma das maiores já deflagradas
pela PF em todo o país. Depois
de recolher documentos e computadores em 119 prefeituras
de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Tocantins, a
PF avalia que a análise do material apreendido vai consumir
meses de trabalho.
"Estamos avaliando o material coletado e que diz respeito
a outras pessoas tidas por "públicas" (políticos em geral). Pretendemos fazer um relatório
específico, destacando os indícios eventualmente encontrados em desfavor de cada um deles", afirmou o delegado Nelson
Cerqueira, em entrevista à Folha. Ele não quis identificar
quem são os investigados.
Mas a Folha apurou que investigações mostram que o
chefe de gabinete de Miguel
Martini recebeu, por telefone,
uma lista de cidades e ministérios a serem contemplados
com emendas apresentadas pelo deputado. Do outro lado da
linha estava o lobista João Carlos de Carvalho, um dos principais articuladores do esquema,
segundo a Polícia Federal.
Martini confirmou que Carvalho procurou, no ano passado, o gabinete dele oferecendo
"relacionamento político com
prefeitos". Seguindo as indicações do lobista, o deputado do
PHS apresentou uma emenda
de R$ 700 mil para o Ministério das Cidades. Para serem
contemplados, ele escolheu
posteriormente cinco municípios do Vale do Rio Doce, que
foram alvo da operação da PF .
No caso de Vasconcellos, relatório do Ministério Público
diz que a PF classificou como
"imprópria" a relação dele com
suspeitos de integrarem o esquema. O nome dele foi citado
em conversas telefônicas, gravadas com autorização judicial.
José Santana destinou, no
Orçamento deste ano, R$ 1 milhão para a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos
Vales do São Francisco e Parnaíba). Durante a Operação
João de Barro, o diretor da Codevasf Alexandre Isaac Freira
foi preso. Ele era o responsável
por gerir recursos do PAC, destinados à revitalização de bacias hidrográficas.
O nome do deputado Jaime
Martins também aparece nas
conversas gravadas pelos policiais. Em fevereiro deste ano,
ele participou da assinatura da
ordem de serviço de obras do
PAC em Divinópolis (MG), onde a PF recolheu documentos.
Colaborou ANDRÉA MICHAEL, da Sucursal de
Brasília
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