São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002

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PAINEL

Colar em FHC
Serra utilizará depoimentos da equipe econômica em seu horário eleitoral. O tucano acertou na semana passada a participação de Pedro Malan, Armínio Fraga e Everardo Maciel na TV, com declarações de que é o mais preparado para evitar que a economia brasileira se afunde.

Discurso do medo
O aumento do dólar e a queda nas bolsas em paralelo à subida de Ciro Gomes nas pesquisas ressuscitaram no tucanato a estratégia de utilizar o terror econômico em favor de Serra. O presidenciável insistirá que uma vitória de Lula ou de Ciro pode levar o país ao caos.

Apelo popular
Outros tucanos -FHC incluído- defendem, porém, que Serra deixe de lado o tema econômico e priorize em seus discursos propostas sociais de fácil entendimento pela população.

Aposta petista
A campanha de Lula, em um primeiro momento, quer ficar de fora da briga entre Ciro e Serra. A avaliação é que os dois podem se desgastar e não ameaçar a passagem de Lula ao segundo turno em primeiro lugar.

Saco de maldades
Se Ciro continuar crescendo e ameaçar a liderança de Lula, o PT mudará de estratégia, passando também a comparar o candidato do PPS a Collor. No comitê de Lula, já são preparadas simulações de computação gráfica com o rosto de Collor se transformando no de Ciro.

Do fundo do baú
O PT também procura nos arquivos fotos e imagens de TV de atuais aliados de Ciro ao lado do então presidente Collor. Para serem utilizados no horário eleitoral "em caso de necessidade".

Empolgação virtual
Inocente pergunta feita aos internautas no site do PPS: "Em que mês Ciro vai passar Lula nas pesquisas de intenção de voto: Julho, agosto ou setembro?".

Nova fachada
Pela primeira vez, mulheres disputam a presidência do TRT-SP, que ganhou muita notoriedade com Nicolau dos Santos Neto, o Lalau. Dora Vaz Treviño e Maria Aparecida Pellegrina estão na disputa, que ocorrerá no dia 7 de agosto. O outro candidato é Carlos Orlando Gomes.

Amigos do peito
O PFL paulista descobriu que o PSDB de Geraldo Alckmin distribuiu faixas da coligação com o número errado de Romeu Tuma (PFL), candidato ao Senado.

Ilustre insegurança
O vereador paulistano Roberto Tripoli (PSDB) teve sua casa na beira de um lago de Ibiúna (SP) invadida por oito homens encapuzados, que deixaram o recado de que sequestrariam ele e sua filha. Detalhe: tudo isso ocorreu, em junho, no mesmo condomínio onde FHC e outros tucanos ilustres têm casas.

Sem resposta
Tripoli agora anda escoltado por seguranças da Câmara Municipal destacados pela presidência da Casa. O vereador tucano pediu providências da Secretaria de Segurança Pública, mas até sexta-feira não tinha recebido um retorno sobre a quantas anda a investigação.

Explicações a calhar
O PSB de Anthony Garotinho tem espalhado explicação peculiar para a renúncia do candidato ao governo de SP, Jacó Bittar: ele sofreria de diabetes. Sobre a possível renúncia de Lídice da Mata (BA), o comando da campanha presidencial também não vê problema: ela teria só 1% nas intenções de voto.

Olhos da ONU
Sandra Carvalho, ativista da ONG Justiça Global, foi escolhida como investigadora no Espírito Santo do Observatório para Proteção e Defesa dos Direitos Humanos, que tem status de caráter consultivo na ONU e na OEA. Ela fará relatório sobre a força-tarefa do governo federal.

TIROTEIO

De Percival Maricato, do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), sobre José Carlos Gratz (PFL-ES) ter ofendido procuradores da República e seus próprios aliados:
- Pergunto ao presidente do PFL, Jorge Bornhausen, se ficará tudo por isso mesmo ou se o partido tomará providências.

CONTRAPONTO

A idade da razão

Na época do golpe de 1964, o juiz trabalhista José Vasconcelos da Rocha era deputado estadual no RN pelo PTN, que apoiava João Goulart. De brincadeira, colegas do deputado fizeram chegar a ele a "notícia", mentirosa, de que Jango havia retomado o poder. Foi o que bastou. Rocha foi à tribuna e esculhambou os militares, chamando-os de "gorilas". E proclamou:
- Voltamos, nós voltamos!
Esclarecido o erro, Rocha foi aconselhado a sumir do mapa. O Exército queria prendê-lo. Meses depois, Rocha se entregou ao general Omar Emir Chaves, de Natal. Ao receber o deputado, que beirava os 26 anos de idade, o general comentou:
- Achei que fosse mais velho.
O deputado engatou:
- General, o senhor acha que se eu fosse mais velho teria falado aquele monte de bobagens?
Rindo, o militar mandou liberar o deputado.



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