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Unifesp escolhe reitor que ficará no cargo por 60 dias
Cúpula da universidade renunciou em reunião do conselho; crise começou em abril, após descoberta de gastos irregulares do reitor
LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conselho Universitário da
Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo) escolheu ontem o
reitor pro tempore da instituição. Trata-se do psiquiatra
Marcos Pacheco de Toledo
Ferraz, professor titular e um
dos mais antigos docentes em
atividade na Unifesp. Caberá a
ele dirigir a universidade por
até 60 dias, período em que deve ser escolhido o novo reitor.
Como a Folha antecipou, toda a cúpula renunciou na reunião. Deixaram os postos o vice-reitor, Sergio Tufik, os pró-reitores Luiz Eugênio Mello
(graduação), Helena Nader
(pesquisa e pós), Walter Albertoni (extensão universitária) e
Sergio Draibe (administração),
além do chefe-de-gabinete,
Reinaldo Salomão. Com isso,
cai toda a linha sucessória do
reitor Ulysses Fagundes Neto,
também demissionário.
A crise, tida por vários docentes como a mais grave nos
75 anos da instituição, começou em abril, quando se descobriram gastos irregulares feitos
por Fagundes Neto com cartão
corporativo. A renúncia do reitor aconteceu após a publicação, na edição de segunda-feira
da Folha, de relatório do TCU.
Segundo o TCU, em 13 viagens internacionais de 2006 a
2007, Fagundes Neto fez uso
irregular de R$ 229.550 do erário público para pagamento de
itens de luxo, cometeu desvio
de finalidade, burla ao regime
de dedicação exclusiva, fez viagens não-autorizadas ou com
prazo superior ao necessário.
Marcos Ferraz ingressou como estudante em 1963 na instituição que agora dirigirá. "Ele
sabe lidar com questões complexas e atua com grande
transparência", disse o também titular Rubens Belfort.
Do lado de fora da reunião,
70 estudantes barrados por 40
seguranças exigiam que o nome do novo pró-reitor fosse
submetido a referendo universitário. "Não é possível que este
colegiado, que não soube coibir
irregularidades cometidas pelo
reitor, agora se ache com autoridade e moral para decidir tudo sozinho", disse Tiago Cherbo, da diretoria do DCE.
Ferraz deve ser aceito pelo
ministro Fernando Haddad
(Educação). "A melhor maneira de solução desse tipo de conflito é respeitar prerrogativas
de autonomia da instituição."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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