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CAMPINAS
Viúva de petista tenta audiência com presidente
DA FOLHA CAMPINAS
A psicóloga Roseana Garcia,
viúva do prefeito assassinado de
Campinas Antonio da Costa Santos, vai tentar uma audiência com
o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, em janeiro, para pedir a reabertura das investigações do caso:
"O dia ainda não foi definido. Mas
o [senador Eduardo] Suplicy me
garantiu que seria em janeiro".
Roseana deve entregar ao presidente um abaixo-assinado com
50 mil assinaturas, no qual pede a
reabertura das investigações, com
a participação da Polícia Federal.
As assinaturas foram colhidas
pela internet e nas ruas de Campinas (SP). "Existem pontos que
ainda precisam ser esclarecidos,
como a perícia e o rastreamento
dos telefonemas feitos na área
próxima ao local do crime naquele dia", afirmou Garcia.
Além da carta encaminhada ao
presidente da República, a viúva
de Toninho divulgou ontem um
manifesto, assinado por personalidades como o arquiteto Oscar
Niemeyer, o sociólogo Francisco
de Oliveira, a filósofa Marilena
Chaui e o físico Rogério César
Cerqueira Leite, que pede o prosseguimento das investigações.
Garcia ainda pretende demover
o procurador-geral de Justiça do
Estado de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, da idéia
de impossibilidade de reabertura
das investigações sobre o assassinato de seu marido. Para o procurador, o caso está encerrado.
Toninho do PT, como era conhecido, foi morto a tiros em setembro de 2001, oito meses depois
que ele havia assumido a Prefeitura de Campinas. O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), de São Paulo, concluiu que ele foi morto porque
atrapalhou a fuga de sequestradores ligados a Wanderson Nilton
de Paula Lima, o Andinho.
"Ele [Marrey] não conhece o inquérito, nunca conversou comigo. A decisão dele só pode ser corporativista", afirmou Garcia.
Pesquisa
A viúva de Toninho lembrou
que, em pesquisa recente elaborada pelo Ibope a pedido do Diretório Estadual do PT, 68% dos moradores de Campinas ouvidos
não acreditavam na versão do assassinato do prefeito incluída no
inquérito do DHPP.
Garcia afirmou que fez inúmeros pedidos à Polícia Civil referentes às investigações, mas que não
haviam sido atendidos. Ela afirmou que não sente confiança nos
policiais locais como condutores
de qualquer possível nova investigação. Entre os casos que não teriam sido investigados com profundidade, ela cita a morte de
comparsas de Andinho pela polícia, em Caraguatatuba (SP).
De acordo com Garcia, a reabertura do inquérito referente ao assassinato do prefeito petista de
Santo André (ABC paulista), Celso Daniel, ocorrido no ano passado, serviu como estímulo para
que ela persistisse no intuito de
retomar as investigações. De
acordo com Garcia, em Santo André, a participação do Ministério
Público foi fundamental para a
reabertura do inquérito. "Gostaria que aqui, em Campinas, os
promotores exercessem o mesmo
papel decisivo", afirmou Garcia.
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