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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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Avaliação positiva diminuiu no Sudeste, mas aumentou entre os mais ricos e é maior entre homens, jovens e eleitores com nível superior

Lula completa 6 meses aprovado por 42%

PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa seis meses de mandato ancorado na aprovação de 42% dos eleitores, revela pesquisa Datafolha.
Há três meses, seu índice de ótimo ou bom era de 43%. Subiu de 40% para 43% o percentual dos que avaliam o governo como regular, e oscilou de 10% para 11% a taxa dos que o definem como ruim ou péssimo.
A avaliação positiva de Lula é maior entre os homens, os jovens e os de nível superior e aumentou entre os mais ricos. O presidente perdeu popularidade entre as mulheres e na região Sudeste. Sua taxa de ruim/péssimo subiu quatro pontos nas regiões metropolitanas e na faixa de alta renda.

Tudo igual
A pesquisa mostra que, no campo econômico, cresceu a sensação de mais do mesmo, com a percepção de uma continuidade da linha adotada no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Aumentou quatro pontos o número dos que dizem que as medidas econômicas de Lula são um pouco parecidas com as de FHC, e caiu outros quatro pontos o percentual dos que afirmam que não são semelhantes.
A aprovação a Lula está em patamar semelhante à de seu antecessor nos seis meses de seu primeiro mandato (40%) e é superior às obtidas no mesmo período por Itamar Franco (24%) e Fernando Collor (34%).
Houve um recuo da nota média dada ao governo, caindo de 6,8 quando completou três meses para 6,5 agora. É um número pouco superior ao que FHC recebeu nesse mesmo período (6,1).

Avaliação por setor
Por área de governo, o índice de ótimo ou bom caiu quatro pontos no combate ao desemprego, na segurança, na educação, nos transportes e na energia. Diminuiu também três pontos na reforma agrária e no meio ambiente. Avançou na política externa, com crescimento de cinco pontos na avaliação positiva.
Para 27%, os políticos serão os mais beneficiados durante o governo Lula -11 pontos a mais do que há três meses. Aumentou nove pontos a taxa dos que acreditam que será a agricultura (17%). É o mesmo percentual obtido pelos bancos como maiores beneficiários, cinco pontos a mais do que no levantamento anterior.
O Datafolha ouviu 2.630 pessoas, em 152 municípios de todas as unidade da Federação na terça e quarta-feira passadas.

Homens apóiam mais
Lula sai-se melhor entre os homens do que entre as mulheres. Sua aprovação no eleitorado masculino passou de 42% para 46%. No feminino, caiu de 43% para 39%. A taxa de ruim ou péssimo é igual entre ambos os sexos (11%).
Os mais ricos aumentaram sua avaliação positiva de Lula, estrato no qual atinge 41%, cinco pontos a mais do que há três meses. Nesse estrato, saltou de 11% para 15% a taxa de ruim ou péssimo.
Os mais pobres mantiveram no mesmo patamar os índices do governo de ótimo ou bom (42%) e ruim ou péssimo (11%). Também entre os menos e os mais escolarizados as avaliações positivas e negativas do presidente tiveram oscilações dentro da margem de erro -de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Os jovens entre 16 e 24 anos continuam a ser os que mais apóiam Lula, com sua aprovação atingindo 46% nesse segmento.
Os eleitores entre 35 e 44 anos são os mais críticos, com 16% classificando a administração como ruim/péssima, crescimento de sete pontos em relação à pesquisa anterior, realizada em 31 de março e 1º de abril.

Avaliação cai no Sudeste
A aprovação a Lula recuou de 42% para 39% no Sudeste, mesma área na qual a reprovação subiu de 9% para 14%. Nas demais regiões, os índices de ótimo ou bom e ruim ou péssimo oscilaram dentro da margem de erro, à exceção da reprovação no Norte/Centro-Oeste, que recuou três pontos.
Nas regiões metropolitanas, Lula é bem avaliado por 40% dos entrevistados e mal avaliado por 14%. Nas cidades interioranas, sua aprovação atinge 43% e sua reprovação fica em 9%.
Entre os que se declararam simpatizantes do PT, 58% classificaram o governo como ótimo ou bom, cinco pontos a mais do que no levantamento anterior.
É um percentual somente menor do que entre os petebistas, segmento em que 61% aprovam a gestão do presidente.
A menor taxa de aprovação (23%) está entre os pedetistas, partido praticamente rompido com Lula, sendo menor até do que entre os tucanos (31%), legenda de José Serra, que enfrentou o o presidente na eleição do ano passado. A maior taxa de reprovação está entre os simpatizantes do PDT (24%), do PSDB (18%) e do PFL (17%).

Petista bate tucano
Para 50% dos entrevistados, o governo Lula está melhor do que o de FHC. Para 13% está pior e para 31% está igual.
Caiu de 55% para 51% o percentual dos que afirmam que as medidas econômicas adotadas por Lula não são parecidas com as de FHC. Subiu de 26% para 30% o índice dos que acham que são um pouco parecidas e oscilou de 10% para 12% o número dos que dizem ser muito parecidas.
Passou de 76% para 73% o percentual dos que acreditam que daqui por diante a gestão Lula será ótima ou boa. Caiu também -de 75% para 71%- o número dos que dizem que o governo petista será melhor do que foi o tucano.
No geral, os entrevistados se mostraram otimistas, dizendo que Lula obteve mais vitórias do que derrotas (57%).
Mas caiu de 34% para 30% a taxa dos que dizem que o presidente fez pelo país o que se esperava dele, e 45% afirmam que fez nos seis meses de governo menos do que se esperava.
No entanto, cresceu de 12% para 17% o percentual dos que declaram que o presidente superou suas expectativas.


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