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Avaliação positiva diminuiu no Sudeste, mas aumentou entre os mais ricos e é maior entre homens, jovens e eleitores com nível superior
Lula completa 6 meses aprovado por 42%
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva completa seis meses de
mandato ancorado na aprovação
de 42% dos eleitores, revela pesquisa Datafolha.
Há três meses, seu índice de ótimo ou bom era de 43%. Subiu de
40% para 43% o percentual dos
que avaliam o governo como regular, e oscilou de 10% para 11% a
taxa dos que o definem como
ruim ou péssimo.
A avaliação positiva de Lula é
maior entre os homens, os jovens
e os de nível superior e aumentou
entre os mais ricos. O presidente
perdeu popularidade entre as
mulheres e na região Sudeste. Sua
taxa de ruim/péssimo subiu quatro pontos nas regiões metropolitanas e na faixa de alta renda.
Tudo igual
A pesquisa mostra que, no campo econômico, cresceu a sensação
de mais do mesmo, com a percepção de uma continuidade da linha
adotada no governo de Fernando
Henrique Cardoso.
Aumentou quatro pontos o número dos que dizem que as medidas econômicas de Lula são um
pouco parecidas com as de FHC, e
caiu outros quatro pontos o percentual dos que afirmam que não
são semelhantes.
A aprovação a Lula está em patamar semelhante à de seu antecessor nos seis meses de seu primeiro mandato (40%) e é superior às obtidas no mesmo período
por Itamar Franco (24%) e Fernando Collor (34%).
Houve um recuo da nota média
dada ao governo, caindo de 6,8
quando completou três meses para 6,5 agora. É um número pouco
superior ao que FHC recebeu nesse mesmo período (6,1).
Avaliação por setor
Por área de governo, o índice de
ótimo ou bom caiu quatro pontos
no combate ao desemprego, na
segurança, na educação, nos
transportes e na energia. Diminuiu também três pontos na reforma agrária e no meio ambiente. Avançou na política externa,
com crescimento de cinco pontos
na avaliação positiva.
Para 27%, os políticos serão os
mais beneficiados durante o governo Lula -11 pontos a mais do
que há três meses. Aumentou nove pontos a taxa dos que acreditam que será a agricultura (17%).
É o mesmo percentual obtido pelos bancos como maiores beneficiários, cinco pontos a mais do
que no levantamento anterior.
O Datafolha ouviu 2.630 pessoas, em 152 municípios de todas
as unidade da Federação na terça
e quarta-feira passadas.
Homens apóiam mais
Lula sai-se melhor entre os homens do que entre as mulheres.
Sua aprovação no eleitorado masculino passou de 42% para 46%.
No feminino, caiu de 43% para
39%. A taxa de ruim ou péssimo é
igual entre ambos os sexos (11%).
Os mais ricos aumentaram sua
avaliação positiva de Lula, estrato
no qual atinge 41%, cinco pontos
a mais do que há três meses. Nesse
estrato, saltou de 11% para 15% a
taxa de ruim ou péssimo.
Os mais pobres mantiveram no
mesmo patamar os índices do governo de ótimo ou bom (42%) e
ruim ou péssimo (11%). Também
entre os menos e os mais escolarizados as avaliações positivas e negativas do presidente tiveram oscilações dentro da margem de erro -de dois pontos percentuais
para mais ou para menos.
Os jovens entre 16 e 24 anos
continuam a ser os que mais
apóiam Lula, com sua aprovação
atingindo 46% nesse segmento.
Os eleitores entre 35 e 44 anos
são os mais críticos, com 16%
classificando a administração como ruim/péssima, crescimento
de sete pontos em relação à pesquisa anterior, realizada em 31 de
março e 1º de abril.
Avaliação cai no Sudeste
A aprovação a Lula recuou de
42% para 39% no Sudeste, mesma
área na qual a reprovação subiu
de 9% para 14%. Nas demais regiões, os índices de ótimo ou bom
e ruim ou péssimo oscilaram dentro da margem de erro, à exceção
da reprovação no Norte/Centro-Oeste, que recuou três pontos.
Nas regiões metropolitanas, Lula é bem avaliado por 40% dos entrevistados e mal avaliado por
14%. Nas cidades interioranas,
sua aprovação atinge 43% e sua
reprovação fica em 9%.
Entre os que se declararam simpatizantes do PT, 58% classificaram o governo como ótimo ou
bom, cinco pontos a mais do que
no levantamento anterior.
É um percentual somente menor do que entre os petebistas,
segmento em que 61% aprovam a
gestão do presidente.
A menor taxa de aprovação
(23%) está entre os pedetistas,
partido praticamente rompido
com Lula, sendo menor até do
que entre os tucanos (31%), legenda de José Serra, que enfrentou o
o presidente na eleição do ano
passado. A maior taxa de reprovação está entre os simpatizantes
do PDT (24%), do PSDB (18%) e
do PFL (17%).
Petista bate tucano
Para 50% dos entrevistados, o
governo Lula está melhor do que
o de FHC. Para 13% está pior e para 31% está igual.
Caiu de 55% para 51% o percentual dos que afirmam que as medidas econômicas adotadas por
Lula não são parecidas com as de
FHC. Subiu de 26% para 30% o
índice dos que acham que são um
pouco parecidas e oscilou de 10%
para 12% o número dos que dizem ser muito parecidas.
Passou de 76% para 73% o percentual dos que acreditam que
daqui por diante a gestão Lula será ótima ou boa. Caiu também
-de 75% para 71%- o número
dos que dizem que o governo petista será melhor do que foi o tucano.
No geral, os entrevistados se
mostraram otimistas, dizendo
que Lula obteve mais vitórias do
que derrotas (57%).
Mas caiu de 34% para 30% a taxa dos que dizem que o presidente fez pelo país o que se esperava
dele, e 45% afirmam que fez nos
seis meses de governo menos do
que se esperava.
No entanto, cresceu de 12% para 17% o percentual dos que declaram que o presidente superou
suas expectativas.
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