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Alencar apóia Crivella e diz ter atuado em favor de projeto no morro da Providência
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente interino da República, José Alencar, admitiu
ontem à Folha, no Rio, que interveio politicamente em favor
do projeto Cimento Social, do
senador Marcelo Crivella
(PRB-RJ), seu correligionário.
Alencar participou do lançamento da candidatura do senador à Prefeitura do Rio e fez desagravo ao aliado, em Bangu.
O Cimento Social, que teve o
apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presença
ostensiva do Exército na segurança no morro da Providência, foi embargado pelo Tribunal Regional Eleitoral, sob a
suspeita de ter cunho eleitoral,
após o assassinato de três jovens, supostamente entregues
por 11 militares a traficantes de
facção rival.
"Penso que são muitas obras
pelas quais lutamos. São obras
sociais e é preciso que sejam
feitas", afirmou. Para ele, Crivella não teve desgaste político
com o episódio. "Não, porque
foi demonstrado esforço de
Crivella para levar benefício à
população." O projeto saiu do papel, mesmo sem a aprovação no Senado
e contra parecer técnico do Comando Militar do Leste, contrário à sua atuação nas obras.
Ontem, duas semanas após o assassinato dos jovens do Providência, Crivella pediu um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. Ao lado de
Alencar -que o defendeu como "um exemplo", "um grande
homem" e alvo de "injustiças"-, o senador disse ter a
"consciência tranqüila" e prometeu travar "batalha sem tréguas em terreno minado, com
fibra de gladiador".
É uma referência implícita à
imprensa, que ele acredita criticá-lo por ser bispo licenciado
da Igreja Universal do Reino de
Deus e sobrinho de seu fundador, Edir Macedo.
À Folha Crivella afirmou
que "um projeto que ajuda o
povo não pode ser negativo". O
senador disse confiar que a Advocacia Geral da União vá recorrer e conseguir na Justiça
que "o projeto seja retomado".
PSB retira candidatura
O PSB oficializou em convenção, ontem, a retirada da
candidatura do economista
Carlos Lessa à Prefeitura do
Rio. Segundo o presidente do
partido, Alexandre Cardoso,
secretário de Ciência e Tecnologia do governo Sérgio Cabral
(PMDB), a decisão sinaliza a
abertura para uma aliança entre partidos de esquerda em
torno de candidatura única.
Cardoso negou que o PSB já
tenha decidido apoiar o candidato pelo PMDB, o ex-deputado federal Eduardo Paes. O partido tem até segunda para anunciar o candidato que escolheu. A Folha apurou que o
partido se aliará ao PMDB.
Colaborou FABIANE ROQUE , da Sucursal do Rio
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