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Mercadante indica que Fazenda não deve ficar com PT
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
ÉRICA FRAGA
ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em reunião com empresários e
banqueiros ontem pela manhã, o
PT acenou com a possibilidade de
o ministro da Fazenda em um
eventual governo de Luiz Inácio
Lula da Silva não ser filiado ao
partido. "O Lula estará livre,
quando da formação do ministério, para indicar um nome de fora
do partido para comandar a economia", declarou o deputado federal Aloizio Mercadante, um dos
porta-vozes econômicos.
A sinalização agradou aos presentes, segundo a Folha apurou.
Empresários e representantes de
bancos saíram do encontro elogiando os sinais de "amadurecimento" e "preparo" de Lula para
governar o país.
Gente do mercado e líderes do
PT intensificaram nos últimos
dias a troca de figurinhas que deve definir alguns dos nomes da
equipe econômica de um eventual governo Lula. Banqueiros, diretores de banco e economistas
no mercado oferecem nomes e
ameaçam vetos aos petistas, que
retrucam na mesma moeda.
O ocupante da presidência do BC,
nome que mais interessa ao mercado financeiro, continua sendo o
grande ponto de interrogação. O
PT vem recebendo sugestões por
onde seus dirigentes têm passado
na última semana.
Dentro do PT, dois nomes que
estariam sido cogitados seriam os
do economistas José Júlio Senna,
ex-diretor do BC, e o de Joaquim
Elói Cirne de Toledo, doutor em
economia pelo MIT, professor de
economia da USP e vice-presidente de Finanças da Nossa Caixa. O segundo não agrada nem
um pouco ao mercado.
Henri Phillippe Reichstul, que
acaba de deixar o comando da
Globopar e já foi presidente da
Petrobras, também poderia ser
chamado. Os contatos com
Reichstul são sendo intermediados por João Sayad, atual secretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico da administração
de Marta Suplicy e ex-ministro do
Planejamento de José Sarney.
Um ministério que deverá ficar
nas mãos de representantes de
confiança do partido é o do Orçamento. Guido Mantega, assessor
econômico do PT e professor de
Economia da FGV em São Paulo,
que dirigiu a Secretaria de Orçamento da gestão de Luiza Erundina na Prefeitura de São Paulo, é
forte candidato a ocupar o cargo.
A função poderia ser exercida
também por Sayad, cotado ainda
para a Fazenda.
O Desenvolvimento poderá ficar com um empresário de renome ou com o economista Luciano
Coutinho, professor da Unicamp.
O economista defende a adoção
de diretrizes claras de uma política industrial, que estimulem a
competitividade de alguns setores. Já integra o grupo que define
as principais linhas da política
econômica do PT. Empresários
lembrados para o mesmo cargo
são Eugênio Staub (Gradiente) e
Luis Fernando Furlan (Sadia).
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