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Serra descarta confidência e chama reportagem de "fofoca argentina"
DOS ENVIADOS A PRESIDENTE PRUDENTE E MARÍLIA
O presidenciável do PSDB, José
Serra, classificou ontem de "fofoquinha" a reportagem publicada
pelo "Clarín", segundo a qual Fernando Henrique Cardoso confidenciou ao presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, que Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) vencerá
a eleição no primeiro ou no segundo turno e que o candidato tucano não teria carisma.
"Eu não vou me deter em fofocas nacionais, muito menos em
fofocas argentinas. Eu não vou, à
esta altura do campeonato, tocar
um tango argentino", disse Serra,
em alusão a poema de Manoel
Bandeira. Serra soube da reportagem em Presidente Prudente
(SP), o primeiro de seus compromissos de campanha marcados
para o "supersábado" de ontem.
O tucano amanheceu no município, após passar a madrugada em
Palmas (TO).
A reportagem movimentou
desde cedo o comitê tucano em
Brasília. "Já não bastava as fofocas
e baixarias produzidas dentro do
Brasil, agora dar crédito para um
jornal argentino, que inclusive
sempre teve muita hostilidade
com o governo brasileiro. Não
tem cabimento nenhum", disse o
candidato. "Veja até que ponto
chegou a Argentina!"
Serra descartou a hipótese de
que FHC tenha feito a confidência
a Duhalde: "É óbvio ululante que
o presidente Fernando henrique
Cardoso não falou aquilo. Só se eu
for fazer agora uma boca de urna
no Planalto pra ter voto.
"É bobagem. Não tem nenhum
cabimento dar crédito para uma
fofoquinha que saiu num jornal
estrangeiro que sempre foi hostil
e a agressivo em relação ao governo brasileiro e a mim mesmo",
acrescentou. Serra disse que não
precisou falar com FHC para saber que a reportagem não tinha
procedência. "Não precisa, é óbvio que não teve. Conversar já
pressupõe imaginar que isso poderia existir."
Mais tarde, em Marília, Serra
comentou o resultado da pesquisa Datafolha de hoje, em que o tucano continua na segunda posição, com 19% das intenções de
voto -o mesmo índice do tucano
no levantamento anterior. "Essa
pesquisa praticamente e tecnicamente é a mesma coisa [em relação à anterior]. A pesquisa mostra
que tudo ficou como estava."
O candidato disse crer em seu
crescimento na última semana,
para diminuar a diferença em relação ao petista Luiz Inácio Lula
da Silva, que tem 45%. "Teremos
a grande decisão nesta semana
agora, a grande caminhada na direção do segundo turno."
(RAYMUNDO COSTA E JOÃO CARLOS SILVA)
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