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OPERAÇÃO SOCIAL
Bird libera 1º empréstimo ao governo Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após assinar o primeiro empréstimo com o governo Luiz Inácio Lula da Silva, no valor de US$
505 milhões, o presidente do Bird
(Banco Mundial), James Wolfensohn, elogiou as medidas econômicas e sociais adotadas no Brasil
e disse que o resultado será importante não só para o país, mas
também para a América Latina.
Para Wolfensohn, os investidores vão procurar locais para investir que tenham menos risco, e
o Brasil pode ser um deles por estar "livre da crise do Oriente Médio e do fundamentalismo".
"O que as pessoas esperam é um
país bem administrado, com estabilidade e potencial de crescimento. Vai demorar alguns meses para que tenham confiança, mas é
possível que haja alguma vantagem", afirmou o presidente do
Banco Mundial, depois de participar de reunião de quase seis horas
na Granja do Torto.
Wolfensohn ressaltou ainda
que mais importantes são as mudanças que estão ocorrendo no
Brasil, como "as no contrato social, geração de justiça social e
combate à pobreza, que são
exemplos para o mundo".
"Se fracassar aqui, há poucas
chances de dar certo em outro local do mundo", afirmou.
No encontro, Wolfensohn e o
presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento),
Enrique Iglesias, fizeram uma
apresentação sobre o cenário econômico internacional e ouviram
uma análise das reformas que o
Brasil pretende adotar.
Também participaram da reunião dez ministros da área econômica e social, o presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, o ex-primeiro-ministro da
Holanda Wim Kok e especialistas
do banco. Segundo o ministro da
Fazenda, Antonio Palocci Filho, o
empréstimo do Banco Mundial é
importante pelas condições especiais de pagamento.
"Em um momento de forte
ajuste de contas, todo o empréstimo tem de ser analisado diante de
um quadro de necessidade e qualidade. Nesse caso há qualidade."
Nos dois primeiros meses de
governo Lula, o superávit primário (receitas menos despesas, exceto gastos com juros) chegou a
R$ 16,084 bilhões, o que equivale a
6,59% do PIB (conjunto de riquezas no país). O recurso será liberado amanhã e financiará um conjunto de projetos na área de desenvolvimento humano, incluindo saúde e educação. O pagamento deve ser feito em dez anos, incluindo um prazo de carência de
sete anos e meio. As taxas de juros
são menores que as de mercado
(Libor mais 0,55% ao ano).
Atualmente há cerca de 50 projetos em execução com o Banco
Mundial, totalizando US$ 4,5 bilhões em investimentos diretos.
Esses projetos são executados pela União, Estados e municípios.
Até o final do governo Lula, o
Banco Mundial poderá emprestar
ao país de US$ 6 bilhões a US$ 10
bilhões.
Ao comentar sobre a avaliação
do cenário econômico brasileiro
em relação à guerra, Palocci disse
que o conjunto de medidas adotadas pelo governo, incluindo o
ajuste fiscal, foi capaz de evitar
um novo choque no câmbio.
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