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ELEIÇÕES 2004
Azeredo resiste e sugere Pimenta da Veiga em BH
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG) resiste às pressões
para ser o candidato tucano à Prefeitura de Belo Horizonte e enfrentar o prefeito petista Fernando Pimentel, que tentará a reeleição. Ele ainda não assume o "não"
definitivo, mas cita argumentos
que dão a entender que não embarcará nessa disputa.
Para aliviar a pressão que o
PSDB exerce sobre ele, Azeredo
adotou nos últimos dias uma estratégia: a de sugerir o nome de
Pimenta da Veiga, ex-ministro
das Comunicações do governo
FHC. Apressou-se em levar o nome de Pimenta a Brasília. "Fiquei
impressionado com a repercussão ao nome do Pimenta", disse
ele à Agência Folha.
Pimenta estava esquecido, mas
bastou o ex-ministro engrossar o
coro pró-Azeredo para que as
atenções se voltassem também
para ele, a partir de uma sugestão
do senador.
"O Pimenta está no mesmo perfil do Serra", disse Azeredo, referindo-se ao fato de o ex-ministro
ser um dos tucanos de maior expressão do país e um nome "histórico" do PSDB -José Serra,
também ex-ministro de FHC e tucano "histórico", aceitou concorrer à Prefeitura de São Paulo após
pressão do partido. Mas Pimenta
diz que não é ainda o momento
de retornar à vida pública.
Os tucanos mineiros apostavam
no efeito José Serra. O governador
Aécio Neves (MG) foi o primeiro
a dizer que esperava que a decisão
de Serra de ir para a disputa contra o PT pudesse empolgar o senador mineiro.
Mas, ao contrário, Azeredo está
buscando inspiração em Maceió
(AL). O fato de o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL) assumir de vez que não será candidato
na capital alagoana é um dos argumentos que o tucano mineiro
tem usado. "O Teotônio, como
eu, está no início do mandato [de
senador]", afirmou.
Azeredo argumenta ainda que
ele é o único senador do PSDB da
região Sudeste e que, se Serra vencer em São Paulo, ele assumirá a
presidência nacional do partido,
já que é o vice-presidente.
O "não" definitivo de Azeredo
talvez ainda não tenha acontecido
porque, segundo ele próprio, Aécio pediu para ele aguardar o seu
retorno da Ásia. Aécio volta hoje
(esteve na China e na Coréia),
mas a decisão definitiva de Azeredo deverá ainda se prolongar por
mais uns dez dias. "Continua tudo em banho-maria", disse.
Se o PSDB não tiver candidato
próprio, a primeira opção colocada é o partido coligar-se com João
Leite (PSB), secretário de Desenvolvimento Social e Esportes do
governador mineiro.
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