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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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PAINEL

Promoção de verão
Com o objetivo de engrossar suas fileiras em ano de eleições municipais, o PT estuda diminuir, a partir de 2004, o dízimo que cobra dos filiados. Hoje, o partido recolhe até 25% da remuneração de quem tem mandato ou ocupa cargo público. O teto pode cair para 10%.

Peso no bolso
O dízimo tem dificultado o plano de atrair prefeitos, parlamentares e governadores. Mesmo interessados em aderir ao partido de Lula, eles acham a contribuição por demais salgada. Dois governadores negociam com o PT, mas só entram com redução dos 25%.

Choque de realidade
Antes esnobados na Esplanada, deputados passaram a receber melhor tratamento dos ministros de Lula, hoje ameaçados de desemprego. "A reforma podia durar quatro anos", brinca o petista Nelson Pellegrino (BA).

Emenda para ler
O presidente do Senado, José Sarney, vestiu o fardão da Academia Brasileira de Letras na hora de apresentar suas emendas ao Orçamento de 2004. De 16 projetos, 11 destinam-se à instalação de bibliotecas públicas no interior do Amapá.

Emenda para eleger
Pré-candidato do PT à Prefeitura de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias destinou os R$ 2,5 milhões em emendas a que tem direito para obras na cidade.

Sem jeito
A amigos petistas, Lula não descarta a hipótese de perdoar Heloísa Helena e defender sua permanência no PT. Já pensou em convidá-la para uma conversa a dois, mas teme reação impulsiva da senadora.

Novo ninho
Com espaço reduzido no PMDB e ameaçado de perder o mandato, o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, sonha ser abrigado pelos tucanos.

Afinidades eletivas
O governo Alckmin privilegia prefeituras tucanas e a capital, palco da principal disputa de 2004, na entrega de cestas básicas. Nas 15 cidades geridas pelo PSDB na Grande SP, há relação de 272 habitantes por cesta. Nas 22 com prefeitos de outras siglas, são em média 436 pessoas.

Outro lado
Para a Secretaria da Agricultura, o programa "Alimenta São Paulo" não se guia por critérios políticos, mas sim técnicos, com obediência a uma lista de espera. Não é o governo, argumenta, que escolhe as famílias beneficiadas, mas as entidades cadastradas junto à secretaria.

Integrar diferenças
Criador da Turma da Mônica, Maurício de Souza prepara dois novos personagens: uma menina deficiente visual e um menino que se locomove em cadeira de rodas. Vão ilustrar campanhas da Secretaria de Educação Especial do governo federal.

Sem fronteiras
Humberto Costa embarca na terça-feira para o Uruguai, onde reúne-se com ministros da Saúde de outros países do Mercosul. Pretendem definir estratégia conjunta de combate a doenças recorrentes na região.

Tráfico em expansão
O Ministério da Justiça promove a partir de amanhã em São Paulo curso sobre investigação de tráfico de seres humanos. O delito, que movimenta US$ 12 bi ao ano no mundo, ocupa o segundo lugar na lista dos principais crimes transnacionais, atrás apenas do narcotráfico.

Ousadia e cautela
ONG ligada às Nações Unidas, o Observatório da Cidadania concluiu seu primeiro relatório sobre a gestão Lula. Diz que o governo é "ousado" na política externa, mas "cauteloso" na política econômica, o que o impediria de alcançar as metas sociais prometidas na campanha.

TIROTEIO

Do deputado Pauderney Avelino, vice-líder do PFL, sobre as dificuldades do Planalto com o PMDB para aprovar a reforma da Previdência no Senado:
-O governo Lula consegue levar todos os partidos no bico, menos o PMDB. Com eles é satisfação garantida ou seu dinheiro de volta.

CONTRAPONTO

Veneno feminino

Duas senadoras petistas choraram na sessão que aprovou a reforma previdenciária no Senado, realizada na quarta-feira.
A primeira foi a mato-grossense Serys Slhessarenko. Emocionou-se ao discursar contra o projeto, mas votou a favor para cumprir a orientação do partido e não ficar sujeita a punições.
Mais tarde foi a vez da alagoana Heloísa Helena subir à tribuna. Chorou bastante enquanto batia duro no governo Lula.
Conforme esperado, a senadora anunciou voto contrário à reforma. O gesto deverá determinar sua expulsão do PT.
Quando a também petista Ideli Salvatti subiu a escada em direção à tribuna, ouviu a provocação de um colega no plenário:
-Você também vai fazer um discurso para a platéia chorar?
Com cara de poucos amigos, a catarinense, que votou a favor da reforma, respondeu:
-Sou senadora, não senatriz.


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