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Para críticos, Ferreira já era ministro de fato
DA ENVIADA AO RIO
O sociólogo baiano Juca Ferreira, 59, anunciado pelo ministro demissionário da Cultura, Gilberto Gil, como seu substituto, é secretário-executivo
do MinC (Ministério da Cultura) desde a primeira gestão do
governo Lula.
Ferreira se aproximou de Gil
em 1988, quando o músico
anunciou sua candidatura a
prefeito de Salvador. O sociólogo ofereceu-se como voluntário na campanha.
Depois disso, Ferreira assumiu a direção da Fundação Onda Azul, idealizada por Gil e dedicada ao tema da defesa ecológica da água. O sociólogo é do
PV (Partido Verde).
Nos bastidores do poder, críticos da atuação simultânea de
Gil como ministro e artista insinuavam que Ferreira era o
ministro da Cultura de fato.
Admirador de Gil, o secretário-executivo nunca incentivou
nem respaldou comentários
desabonadores ao ministro.
Em mais de uma conversa
com a Folha, ao longo das duas
gestões, Ferreira classificou
sua presença no ministério como expressão da habilidade
política de Gil.
Segundo Ferreira, "ele [o ministro] acha que um dirigente
tem que saber escolher pessoas
que façam um balance [equilíbrio] com suas próprias qualidades e defeitos". O sociólogo
acredita que Gil identificou em
sua personalidade profissional
uma "capacidade de execução
no dia-a-dia" que seria complementar ao seu papel como ministro, "de líder, escudo protetor e o aríete do ministério".
Ontem, Ferreira retornou de
viagem oficial à Bolívia, onde
participou, ao lado do presidente boliviano Evo Morales,
de Encontro de Intelectuais e
Artistas do Mundo pela Unidade e Soberania da Bolívia.
(SILVANA ARANTES)
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