São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REPERCUSSÃO

JOÃO SAYAD, secretário de Estado da Cultura de São Paulo: "Vou sentir falta de um ministro com tanta liderança e que fez um trabalho tão bom."

LUIZ CARLOS BARRETO, produtor de cinema: "A saída é uma perda muito grande para a continuidade dos Pontos de Cultura, a coisa mais importante feita em política cultural em todos os tempos no Brasil. É pena que não deixe concluído o Vale-Cultura, que causaria grande impacto, financiando o consumo e não apenas a produção."

JOSÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA, diretor de teatro: "O Gil é um dos poucos que unem arte e a capacidade de transformar a globalização em algo bom. Estabeleceu um programa tão genial quanto a música dele. A obra dele é universal, inteiramente popular, mas não filtrada pela esquerda ou pela aristocracia rural. E sim plugada na era cyber e na cultura internacional."

RAIMUNDO FAGNER, cantor e compositor: "Quando se assume cargo público não se pode dividir com outra carreira. Ele pecou por ausência. Nunca teve muita necessidade de vender discos e não sabe o que é a queda vertiginosa das vendas com pirataria, contra a qual não teve luta efetiva. Só fala na internet, e a música é importante no país. O cinema é superfinanciado, vive de investimento do governo."

PAULO BETTI, ator: "Deu uma tremenda visibilidade para o ministério. Ele apontou caminhos interessantes, como a tentativa de descentralização das verbas e a implantação e o funcionamento interligado dos Pontos de Cultura. Seu mérito foi mostrar que o ministério existe e pode ser importante."

PAULO HERKENHOFF, curador da 24ª Bienal de São Paulo: "Espero que o novo ministro seja capaz de retirar o escombro stalinista que permanece no ministério, a herança do José Dirceu. E atento à liberdade de expressão, porque a censura campeia. Esperava uma posição mais forte do Gil em relação a isso, mas ele sem dúvida foi um diferencial de qualidade extraordinário, fez do ministério um órgão vivo."

DOMINGOS OLIVEIRA, cineasta e dramaturgo: "Não teve oportunidade de fazer muito. A cultura não é uma prioridade do governo Lula. A política teatral e cinematográfica não é inteligente; é uma política de calar a boca, de amenizar ataques, feita sem consultar o ramo. A legislação é sem imaginação. O teatro está desamparado. O Gil fez o possível, mas o possível é pouco. É preciso fazer o impossível."

PAULO PÉLICO, diretor-secretário da Associação dos Produtores Teatrais do Estado de São Paulo:
"Gil sempre foi uma figura carregada de simbolismo, mas vazia do ponto de vista gerencial. Enfrentamos um apagão administrativo do ministério. Foi uma gestão atritada, com erros como a tentativa de criação da Ancinav. A gestão provocou dicotomia entre Nordeste e Sudeste, em torno da concentração da produção. Até hoje se fala em reforma da Lei Rouanet e nem se sabe como será."


Texto Anterior: Análise: Adorno de luxo do governo, Gil não fez pouco
Próximo Texto: Janio de Freitas: Por dentro dos currais
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.