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OUTRO LADO
Secretário diz que ministro teve autonomia para compor a pasta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Gastão Wagner, informou que o ministro
Humberto Costa teve total autonomia para escolher os seis secretários que compõem a cúpula de
sua assessoria. "No dia seguinte
que o Humberto foi convidado
para assumir o ministério, ele ligou para mim e para o Jorge Solla", contou Wagner. Os secretário, segundo Wagner, receberam
carta branca para escolher seus
diretores de departamento.
Wagner disse também ter sido
informado pelo ministro que, entre os critérios de nomeação, estava o comprometimento político.
Humberto Costa lhe teria dito
também que aquela seria uma
oportunidade de montar uma
equipe identificada com o Sistema Único de Saúde. O adjunto de
Costa disse desconhecer interferências ou pressões de quem quer
que seja para nomear pessoas que
tenham apenas compromisso político, sem preparo técnico. Reconhece, no entanto, que algumas
pessoas têm mais experiência acadêmica do que gerencial.
Gastão Wagner considera a crise do Inca (Instituto Nacional do
Câncer) um caso isolado. Disse
que o ministério agiu rapidamente ao saber do problema.
Como exemplos de competência da equipe, ele cita o fato de a
Saúde ser o ministério que fez
mais investimentos em toda a Esplanada, prova, na sua opinião, de
que os projetos estão sendo tocados. Dos R$ 620 milhões previstos
no Orçamento para este ano, já
foram gastos R$ 399 milhões até
este mês. A conta não inclui custeio -a verba usada para manter
a máquina administrativa.
Wagner ressaltou algumas
ações: o reajuste de 30% no valor
repassado para os municípios que
têm o Programa de Saúde da Família, a mais importante ferramenta de prevenção de doenças
do país; a ampliação deste mesmo
programa para novos 236 municípios; a elevação do valor das
consultas especializadas de R$ 2
para R$ 7 para os hospitais da rede pública (o aumento só beneficiava os hospitais privados conveniados ao SUS).
A Folha consultou três secretarias de Estado da Saúde (São Paulo, Minas e Rio de Janeiro) para
saber se a politização do Ministério da Saúde gerou descontinuidade em algum programa que dependa do Ministério da Saúde.
Todos deram resposta negativa.
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