São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Droga ilícita tenta imitar substância natural

Valentin Flauraud-28.jul.2008/Reuters
Sangue para exame antidoping coletado em laboratório suíço DA REPORTAGEM LOCAL

De um lado, os laboratórios estão cada vez mais equipados. De outro, como ocorreu na recente Volta da França, todo atleta que parte em definitivo para o caminho do doping quer uma substância que imite totalmente a natureza humana.
"A terceira geração de EPO [eritropoetina, substância que faz aumentar a produção de glóbulos vermelhos], aparentemente, surgiu nesta Volta da França", afirma Eduardo De Rose, único brasileiro na WADA (Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês).
O fato de a substância ter sido flagrada nos exames antidoping do ciclista italiano Riccardo Riccó pela primeira vez, explica o médico brasileiro, mostra que ainda existe uma diferença na estrutura molecular na droga ingerida pelo atleta.
"Teoricamente, quando as duas substâncias forem totalmente iguais, na estrutura e no peso molecular, a diferenciação não poderá mais ser feita". Mais uma vez, então, a ciência terá que correr atrás das novas práticas de doping.
A primeira geração de EPOs foi flagrada -isso não significa que ela não tenha sido usada antes- nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, ano em que a Wada foi criada pelo Comitê Olímpico Internacional.
A segunda geração, um pouco mais moderna, foi detectada pela primeira vez nos Jogos de Inverno de Salt Lake City. A competição ocorreu há apenas dois anos, em 2006.
Mas os casos de doping no mundo esportivo são registrados desde 1886, segundo artigo assinado por Francisco Radler, cientista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Naquela Volta da França do século retrasado (a competição de ciclismo até hoje é sempre atrelada a vários casos de doping), um competidor, o ciclista inglês conhecido como Linton, morreu sob efeito de cocaína, heroína e estresse.
Várias mortes por doping se sucederam até os primeiros controles antidoping da história. Eles ocorreram em 1968, nos jogos de Grenoble (inverno) e México (verão). (EG)


Texto Anterior: Terapia com DNA já pode virar doping
Próximo Texto: +Marcelo Gleiser: O céu embaixo da Terra
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.