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Instituto de humanas organiza evento contra teste em animal
Rogério Capella/AAN
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Ativistas erguem faixa em palestra de cientista na Unicamp
DA ENVIADA ESPECIAL A CAMPINAS
Enquanto cientistas discutiam aspectos técnicos e éticos
da experimentação animal ontem na reunião da SBPC, professores e estudantes do IFCH
(Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) organizaram
um evento paralelo contra o
uso de bichos em pesquisas .
Uma das convidadas à mesa,
a antropóloga da USP Maria
Lúcia Montes, defende que é
necessário criar "outra relação
com a vida" e procurar "novos
meios de fazer ciência". Ela diz
que hoje há uma indiferença da
sociedade em relação a todos os
que são mais fracos -pobres,
velhos, doentes, crianças etc.
Montes diz que não se interessa por detalhes técnicos,
mas é contra a idéia de que "vale o sacrifício de qualquer outro
ser" em benefício de humanos.
"Assim como existe o racismo e
o sexismo, há o especismo."
O farmacólogo da Unicamp
João Ernesto de Carvalho, numa conferência da programação oficial da SBPC com presença de ativistas, cobrou coerência de quem se diz contra
cobaias. Olhou para um manifestante que tinha cabelo pintado ("a tintura também é testada em animais") e sugeriu
que um boicote às últimas conseqüências teria de cortar medicamentos e serviços básicos.
Até a água tratada, diz, se beneficia das cobaias, pois para determinar o uso seguro do cloro
são feitos testes em bichos.
Regina Markus, coordenadora do evento da SBPC, diz ser
favorável ao uso de métodos alternativos de teste, sempre que
possível. Em uma de suas linhas de pesquisa, diz, ela conseguiu trocar cobaias por células em cultura, após três anos
de trabalho na nova técnica.
Em muitos casos, ela diz, a
ciência não pode mesmo dispensar os animais vivos.
(AB)
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