|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo terá plano de ação em 2009, diz Ibama
DA REPORTAGEM LOCAL
Já faz três anos que a comunidade científica elaborou um
plano nacional de proteção aos
tubarões e raias. A medida mais
imediata a ser aplicada em toda
a costa brasileira seria a moratória da pesca de tubarões como o cação-anjo e o cação-listrado, duas das espécies mais
ameaçadas de extinção.
"Nós entregamos o plano ao
governo. Além de medidas gerais, existem recomendações
para cada região do litoral",
afirma Ricardo Rosa, professor
da Universidade Federal da Paraíba e presidente da Sociedade
Brasileira para o Estudo de
Elasmobrânquios (grupo das
raias e dos tubarões).
De acordo com José Dias,
coordenador-geral de Gestão
de Recursos Pesqueiros do Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis), o governo está ciente do problema.
"Recebemos esse plano, na verdade, em 2006. Até o ano que
vem vamos implementar um
plano de gestão e recuperação
de todas as espécies ameaçadas", afirmou Dias à Folha.
A lista de reivindicações é extensa. Os pesquisadores também querem que aumente a
fiscalização sobre a pesca ilegal
e que novas áreas de proteção
sejam criadas. Muitos pontos
do litoral são berçários.
A questão, segundo Rosa, é
também científica. Para o pesquisador, faltam estudos sobre
várias das populações que habitam o litoral brasileiro. "Para
cada espécie ameaçada são necessários estudos sobre dinâmica populacional e avaliação
dos estoques", diz.
Além das pesquisas e das
ações legais, Fábio Hazin, da
Universidade Federal Rural de
Pernambuco, pede mais organização por parte dos órgãos
federais. "Infelizmente, enquanto perdurar no país a divisão da responsabilidade institucional pelo ordenamento dos
recursos pesqueiros, será sempre muito difícil avançar."
(EG)
Texto Anterior: Demanda asiática acelera sumiço de tubarões no país Próximo Texto: O racialismo elementar do dr. Watson Índice
|